Levy quer recuperar credibilidade e confiança no País
Ministro mantém-se otimista com novas medidas na economia e estima que os três primeiros meses de 2015 deverão ser de contração momentânea passageira da economia
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Nem a elevação em meio ponto porcentual na taxa de juros brasileira esmoreceu o otimismo do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Isso num cenário econômico sinalizando uma possível retração da atividade econômica no primeiro trimestre de 2015.
O anúncio da elevação da taxa Selic saiu do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central no início da noite de quarta-feira (21) e era esperada pelo mercado. A taxa passou de 11,75% para 12,25% ao ano. A decisão foi unânime. É a terceira elevação consecutiva nos últimos meses. Na ocasião, Levy afirmou que o País vai continuar crescendo o suficiente para manter o padrão de emprego e consumo.
Em Davos, na Suiça, onde participa do Fórum Econômico Mundial, ele disse à imprensa que “a recuperação da credibilidade e da confiança no País impulsionará o investimento e ajudará a preservar o emprego e o consumo nos meses seguintes”, referindo-se ao período do ano posterior a março.
Para o ministro, os três primeiros meses de 2015 deverão ser de contração momentânea passageira da economia. “Um trimestre de recessão não quer dizer nada em termos de crescimento”, ponderou Levy à Agência Brasil. O ministro da Fazenda acredita que os impactos das medidas de ajuste fiscal, como cortes nos gastos e reintrodução da Cide nos combustíveis ou mais tributação sobre importados, devem limitar-se aos primeiros meses do ano.
Ele também anunciou que virão novas medidas corretivas com vistas à retomada do crescimento e afirmou que o primeiro passo para reequilibrar a economia está dado. O ministro alertou, dirigindo-se ao investidor estrangeiro, que o Brasil não trabalha no curtíssimo prazo.
“Não estamos aqui procurando fazer remendos. Estamos arrumando a casa para garantir crescimento sólido”, declarou. Levy foi o principal convidado de um almoço com autoridades, empresários e investidores, evento paralelo ao Fórum Econômico Mundial, que prossegue até sábado (24) e discute temas como crescimento econômico global, desigualdades regionais, instabilidades políticas e segurança pública.
Estiveram presentes ao encontro o ministro das Finanças da Colômbia, Mauricio Cardenas, banqueiros e empreiteiros brasileiros, entre outros. Nesta Quinta-feira (22), Levy se encontra com ministros da área econômica da Turquia e do México.
Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias