Líder de entregadores de aplicativos de SP expõe perdas de direitos e renda
Paulo Lima, conhecido como Galo, fala da precarização do trabalho no setor e compara direitos quando fazia entrega em 2012, no governo PT
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O líder dos Entregadores Antifascistas de São Paulo, Paulo Lima (Galo), compartilhou em suas redes sociais a precarização dos trabalhadores de aplicativos, que perderam direitos e renda desde o golpe contra Dilma Rousseff.
Galo afirma que há uma ilusão de ganho por conta da movimentação financeira repassada pelos aplicativos, mas que o valor real para pagar as contas não sustenta.
As inúmeras perdas de direitos com a reforma trabalhista encabeçadas no governo de Temer e no desgoverno de Bolsonaro destruiu dezenas de dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Em 2012 eu era motoboy CLT ganhava 1.500,00 mais insalubridade e depreciação da moto. Tinhamos direitos Férias, 13°, vale alimentação, convênio médico, odontológico, convenia com auto peças, hora extra e hora de almoço. No total eu fazia cerca de 2.000 reais livres. +
— Galo – Nação dos Trabalhadores (@galodeluta) January 10, 2022
Galo conta que, hoje, com R$ 1.518,40 não paga as dívidas repassadas pelos empresários de aplicativos que, segundo ele, são ‘abusivas’.
1.518,40 e eu não coloquei multas, troca de pneu e manutenção da moto, café da manhã, acidente, IPVA licenciamento, bag, uniforme, epi, celular que vive caindo da moto e quebrando, dívidas abusivas que os apps colocam na gente. +
— Galo – Nação dos Trabalhadores (@galodeluta) January 10, 2022
Agora a sensação que nunca antes havíamos experimentado de passar 5.000 pela nossa conta é o que segura muitos entregadores!
— Galo – Nação dos Trabalhadores (@galodeluta) January 10, 2022
Por 13 anos, Brasil criou empregos e oportunidades
O desmonte da CLT resultou no retorno do desemprego e da pobreza. Diferente do atual governo, nos 13 anos de PT, foram criados 19,4 milhões de empregos formais, ou 1,5 milhão de empregos por ano – um feito sem precedentes nos mais de 500 anos de história.
O crescimento do emprego se deu de forma disseminada, com forte expansão tanto nas áreas metropolitanas quanto no campo. E isso não ocorreu por acaso. Para estimular a atividade produtiva privada, as gestões petistas realizaram investimentos em todas as regiões do país, em vez de concentrá-los nas regiões Sul e Sudeste, como era a praxe.
O emprego cresceu em ritmo mais acelerado do que a população em idade para trabalhar. Como consequência, quem estava no desalento, sem acreditar que poderia encontrar emprego, passou a procurar. E quem procurou emprego teve mais facilidade.
O aquecimento do mercado de trabalho teve efeito claro na renda. Entre 2002 e 2015, o rendimento médio do trabalho das pessoas de 15 anos ou mais, medido pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do IBGE, cresceu 18%, em termos reais.
A principal ferramenta para ampliação da renda do trabalho e redução da desigualdade foi a política de fortalecimento do salário mínimo, instituída com base em reajuste com reposição total da inflação mais o crescimento do PIB de 2 anos anteriores. Dessa forma, o salário mínimo aumentou 77,2% em termos reais nos 13 anos de governo do PT.
Direitos assegurados
Os direitos previstos na Constituição foram assegurados a 1,8 milhão de trabalhadoras domésticas com carteira assinada, como jornada de 44 horas semanais, férias, descanso semanal remunerado, adicional noturno e outros.
Nos governos do PT foi criada a lista suja do trabalho escravo e ampliado o enfrentamento a essa forma de exploração. Também foram aprimorados os instrumentos de combate ao trabalho infantil. As centrais sindicais receberam o reconhecimento devido como parceiras do Estado na luta contra a desigualdade.
Todos esses avanços demonstram que não há, como pregam Bolsonaro e seus cúmplices, contradição entre ampliação de direitos e geração de empregos. Pelo contrário. Desde o golpe de 2016, Temer e agora Bolsonaro fizeram e vêm fazendo, em todos os aspectos, um caminho oposto ao das gestões petistas.
Da Redação