Lideranças prometem articulação democrática contra Bolsonaro
Parlamentares e políticos se manifestaram após vitória do candidato do PSL e convocam militância para a resistência
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Após eleição de Jair Bolsonaro (PSL), militantes e parlamentares de esquerda manifestaram preocupação com os danos que o governo do militar reformado pode trazer ao país.
Os líderes partidários Guilherme Boulos (Psol), Gleisi Hoffman (PT), Luciana Santos (PCdoB) e Paulo Pimenta, deputado federal pelo PT, defendem que a conjuntura exige uma resistência imediata e já articulam uma atos democráticos contra as ofensivas da extrema direita. Sem exceção, os políticos ressaltam as ameaças ao Estado Democrático de Direito e à soberania nacional que Bolsonaro representa.
Confira os posicionamentos
“Nossa primeira palavra nesse dia 28 de outubro é: Resistiremos. Resistiremos na defesa do direito do povo. Resistiremos em defesa da liberdade que temos, resistiremos em nome da soberania nacional. Pelo Brasil, pelo povo brasileiro. Estaremos ao lado do povo em qualquer situação, em qualquer circunstância. A nossa luta é sempre uma grande caminhada. Uma derrota eleitoral não pode significar a derrota da Constituição e da democracia brasileira. Vamos seguir em frente, sempre. Esse processo eleitoral é resultado de um processo eleitoral que começou viciado e eivado de fraudes. Desde o momento que impediram Lula de ser candidato, ao não reconhecimento das decisões da ONU, a não ocorrência de debates nas eleições, e, por fim, a máquina monstruosa de mentiras e fake news disparadas na internet. Temos que erguer a cabeça e lutar, porque essa é a nossa trincheira.” Gleisi Hoffmann, presidente do PT
“Estamos diante de uma derrota eleitoral, mas que não é derrota política. O que vivemos no Brasil foi uma das mais belas manifestações de amor e de generosidade que poderíamos efetivar no solo brasileiro. Fomos às ruas, em todos os lugares, tomamos a praça e vai ser com esta alegria que conseguimos expressar nos últimos dias que vamos fazer a mais profunda resistência que este país já viu”, afirmou de Brasília, a presidenta do PT no Distrito Federal, deputada federal reeleita Erika Kokay.
“Tiveram de prender Lula e torná-lo inelegível para evitar que ele corresse o Brasil e mostrasse que o país seria feliz de novo. Eles não conseguiriam disputar essa eleição com Lula livre, por isso o prenderam sem provas e sem crime. Depois o silenciaram e o impediram de dar entrevistas, para que não pudesse dizer o que representava a candidatura do Haddad. Coitada de uma direita que tem que se utilizar do fascismo para chegar ao poder”, afirmou Erika.
“Nós vamos agora trabalhar para construir uma frente ampla pela democracia com todos aqueles que não se esconderam nesse segundo turno, com todos aqueles que ficaram do lado certo da história. Do lado dos direitos sociais, do lado dos valores democráticos. Jair Bolsonaro é uma ameaça real à democracia. Vamos construir essa frente ampla e vamos estar nas ruas. Bolsonaro ganhou uma eleição fugindo de debates e se escondendo atrás de mentiras no Whatsapp, mentiras bancadas por caixa 2 e por fraude. Ele ter sido eleito presidente não quer dizer que ele é dono do Brasil. Haverá resistência democrática nesse país.” Guilherme Boulos, direção do MTST e candidato à presidência pelo PSOL
“Com o resultado dessas eleições, mais do que nunca, essa ação militante que tomou conta das ruas nesses últimos momentos da campanha, vai precisar crescer e estar presente. Vamos resistir a essa agenda que será imposta ao país, ultraliberal, de um governo que tem tudo para ser ditatorial, pelas características que marcaram a campanha do candidato vencedor. Por isso, mais do que nunca, vai exigir de nós essa resistência, essa capacidade de mobilização, de denúncia do que está em jogo no Brasil e da ameaça que há aos direitos dos trabalhadores.” Luciana Santos, presidente do PCdoB
“Nossa democracia sofre um duro golpe. A nossa soberania, os direitos e garantias individuais do nosso povo. Mais do que nunca, precisamos mostrar capacidade de resistência, de luta. Mostrar para os fascistas, que vai haver muita resistência e luta. Não aceitaremos que eles tentem implantar uma ditadura, que volte a tirar do nosso povo a oportunidade, o desejo e a esperança de ser feliz. Fizemos uma grande votação. Estamos de cabeça em pé, Preparados e determinados para seguir mobilizados e lutando pelos nossos sonhos. Ditadura nunca mais”. Paulo Pimenta, deputado federal
“Nesse segundo turno, não podíamos ficar indiferente às ameaças que a nossa democracia e os direitos sociais corriam. Por isso nos somamos a essa luta democrática, que se transformou em uma luta muito bonita. Quero dizer para todos que estavam nessa mobilização nacional e democrática que estão de parabéns. São 47 milhões de pessoas que se somaram a essa resistência democrática. Temos bases concretas para construir uma grande resistência popular. Ninguém vai passar por cima dos direitos sem resistência. Ninguém passará por cima da democracia sem que haja uma grande resistência popular.” Juliano Rodrigues, presidente do PSOL
Por Brasil de Fato