Líderes se comprometem a manter Petrobras exclusiva

Presidente da estatal se reuniu com a bancada governista. Durante o encontro, eles discutiram a inoportunidade da mudança do modelo de partilha

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil

Em iniciativa pessoal, o presidente da Petrobras, Aldemir Bendini, se reuniu, na segunda-feira (21), com lideranças do governo no Congresso para sugerir e propor o adiamento dos debates sobre a mudança do modelo de exploração de petróleo no Brasil.

“Mesmo porque os três modelos estão em vigor: o de concessão; de partilha; e a sessão onerosa”, observou Bendini.

A ação de Bendini objetiva conter o movimento da oposição pelo fim da exclusividade estatal e retomada do modelo de concessão como padrão preferencial de exploração das reservas brasileiras. O modelo de partilha foi introduzido durante o último ano da gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2010.

A oposição insiste em tentar tirar da Petrobras a exclusividade na exploração dos campos do pré-sal, mas Bendini considera “não oportuna” a discussão sobre mudança no momento de debilidade no mercado, em que a Petrobras enfrenta grandes desafios para reduzir seus custos de produção e melhorar a gestão empresarial.

“O momento não é muito favorável, devido às condições macroeconômicas no mundo”, avaliou Bendini, referindo-se aos baixos preços de cotação do insumo e a desaceleração da demanda por petróleo no mercado internacional.

“Nós nos convencemos da necessidade de deixarmos o debate sobre o modelo mais para frente”, afirmou o deputado José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara. “O momento nos exige muita cautela – houve essa compreensão por parte dos líderes”, acrescentou, ao afirmar que pretende, com diálogo, “mostrar o caminho que o presidente convenceu todos os presentes”.

A tentativa de promover mudanças na legislação brasileira sobre petróleo se dá em duas frentes parlamentares. No Senado, por meio de projeto do senador tucano José Serra (PSDB-SP) e, na Câmara, pela proposta do deputado oposicionista Mendonça Filho (DEM-PE).

A bancada do governo, no entanto, utiliza de todos os artifícios para driblar a insistência da oposição e impedir a apreciação e votação das matérias.

“Vamos (líderes e bancada) trabalhar para não votar urgência (da tramitação), para postergar isso (a votação)”, se comprometeu Guimarães ao lado de Bendini, ao falar com a imprensa.

Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias

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