Livro desmistifica tucanato mineiro e expõe era de má gestão
Dogmas do marketing político do PSDB aeciano, o “choque de gestão” e o “déficit zero” são uma “farsa”; ocorrências com Cemig sinalizam uso político da estatal de energia
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Ao contrário do que as instituições polícia e ministério público federais, promoveram na Petrobras para identificar e punir envolvidos em corrupção, em MinasnGerais, a estatal de energia Cemig parece guardar segredos que também mereceriam profunda investigação.
Essa é apenas uma das reflexões que a leitura do livro “Herança maldita – o desgoverno tucano em Minas“, de autoria do deputado mineiro Durval Ângelo (PT), líder do governo Fernando Pimentel (PT) na Assembleia Legislativa, traz aos leitores da obra, uma continuidade de “O voo do tucano”, do mesmo autor.
De distribuição gratuita e lançado no fim de maio, “Herança maldita” condensa as irregularidades mais relevantes encontradas pela pesquisa de Ângelo nos arquivos de atas do legislativo mineiro e na mídia nacional relativas aos 12 anos de gestão tucana em Minas Gerais (2003-2014).
Ainda mais que isso, o livro define como “farsa” dois mitos administrativos sagrados do tucanato, empunhados na linha de frente do marketing político do senador e ex-governador Aécio Neves (2003-março de 2010) na campanha à presidência de 2014: o “choque de gestão” e o “déficit zero”.
“Não passaram de uma farsa, sustentada pela propaganda e até por manobras contábeis”, denúncia o líder petista.
O texto é uma espécie de relato sobre os 12 anos de Ângelo à frente da Comissão de Direitos Humanos da ALMG no período em que Aécio Neves e Antônio Anastasia (março 2010 a março 2014), substituído nos meses finais (abril 2014 a dezembro 2014) por Alberto Pinto Coelho, comandaram o estado.
Na avaliação do parlamentar, foi um período de retrocesso para o estado – ao contrário do que propagam os expoentes do PSDB.
Por fim, há uma parte do livro dedicada às denúncias tornadas públicas após a derrota para o PT e a troca de governo, em 1º de janeiro deste ano (2015), dia em que foi empossado Fernando Pimentel. Entre elas, o relato sobre uma obra da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) na cidade de Cláudio, a mesma do aeroporto, só que ao lado da fazenda do tio em que o mesmo se localiza.
“A empresa (Cemig), por sinal, é citada em várias passagens, demonstrando que em diferentes situações, foi usada para atender a interesses partidários e de empresários”, avalia nota do parlamentar em sua página.
Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias