Lula anuncia R$ 2,6 bi de investimentos em mobilidade urbana para o RJ

“Eu estou de volta para ajudar o estado do Rio de Janeiro e a cidade do Rio de Janeiro, e é isso que a gente vai fazer”

Ricardo Stuckert

O presidente Lula, no Anel Viário no bairro de Campo Grande, no Rio de Janeiro

Após anos de abandono, o Rio de Janeiro voltou a receber investimentos federais. Nesta quinta-feira (10), o presidente Lula anunciou uma série de melhorias em mobilidade urbana, resultado de parceria entre o governo federal e a prefeitura da capital. Serão investidos R$ 1,8 bilhão para fomentar a recuperação do Sistema BRT no município e outros R$ 820 milhões para a construção do Anel Viário no bairro de Campo Grande, o mais populoso do país, com mais de 400 mil habitantes. “Eu estou de volta para ajudar o estado do Rio de Janeiro e a cidade do Rio de Janeiro, e é isso que a gente vai fazer”, disse Lula, durante o evento.

Os recursos para o BRT serão voltados para a compra de cerca de 700 ônibus, para a requalificação do corredor Transoeste e a construção de terminais e garagens públicas. Os investimentos foram possíveis a partir de operações de crédito com o Banco do Brasil, no valor de R$ 1,2 bilhão, e com a Caixa Econômica Federal, de R$ 645 milhões. A previsão é que o Sistema BRT opere plenamente com seus quatro corredores com 100% dos ônibus em 2024.

Além da compra da nova frota, os investimentos vão permitir que toda a infraestrutura do sistema seja requalificada. Na Transoeste, haverá obras de substituição do pavimento e recuperação da base do corredor. Além disso, quatro estações serão transformadas: Mato Alto, Pingo D´Água, Curral Falso e Santa Cruz. Uma será ampliada: Magarça.

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Outra obra prevista é a do Terminal Intermodal Gentileza, que vai integrar o BRT Transbrasil, 22 linhas de ônibus municipais e as linhas 1 e 2 do VLT, que será estendido por cerca de 700 metros até a área do antigo Gasômetro.

Campo Grande

A solenidade de anúncio dos investimentos foi realizada no bairro de Campo Grande, onde será implantado o Anel Viário, que compreende a construção de um mergulhão sob a Avenida Cesário de Melo, um túnel de 600 metros sob o morro Luiz Bom, além da implementação das rótulas na rua Artur Rios e Estrada da Caroba. As novas rotas vão permitir o escoamento de tráfego na região central, reduzir o tempo de deslocamento e facilitar a circulação. O projeto inclui dois quilômetros de ciclovia. O presidente Lula e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, participaram da primeira implosão para construção do túnel sob o morro Luiz Bom.

Outra intervenção prevista para integrar o Anel Viário é a implantação da nova Floresta da Posse. Uma área verde no coração de Campo Grande, com 950 mil m² – equivalente a mais de 130 campos de futebol. O projeto ainda prevê o plantio de 240 mil árvores e recuperação dos mananciais, além de proteção da fauna e da flora nativas.

No evento, o presidente Lula reafirmou a prioridade de se relacionar com todos os governadores e prefeitos, inclusive os adversários, porque, segundo ele, as necessidades da população, sobretudo das pessoas mais carentes, estão acima das diferenças políticas ou ideológicas. “Eu não vou em uma cidade porque o prefeito é do meu partido ou é de um partido simpático. Não. Eu vou na cidade porque o povo da cidade está precisando que o presidente da República esteja lá”, afirmou.

O presidente lembrou ter assumido o país com 14 mil obras paralisadas, sendo 4 mil delas na área da educação, e destacou que recuperar a infraestrutura do país é uma das prioridades do seu governo. Ele ressaltou que, nesse sentido, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Nordeste voltaram a ser instituições dedicadas a fomentar os investimentos necessários ao país.

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Lula, que está no Rio de Janeiro também para o lançamento, na sexta-feira (11), do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), disse que voltará ao estado mais vezes para anunciar outros investimentos. Ele criticou o abandono da população fluminense pelo governo passado.

“Eu vou voltar muitas vezes aqui, porque a arte de governar é fazer o óbvio. A arte de governar é fazer aquilo que a gente sabe que todo mundo quer que seja feito. Se a gente começar a inventar, a gente não faz nada”, afirmou. “E eu queria que, da próxima vez que eu viesse aqui, o povo do Rio de Janeiro me trouxesse por escrito qual foi a obra que o governo passado fez no Rio de Janeiro. Qual foi a obra? Qual foi o investimento feito aqui na educação, na saúde, qual foi? Não fez aqui e não fez em nenhum estado, porque ele [Jair Bolsonaro] não nasceu para governar. Ele nasceu para mentir, para pregar o ódio, para pregar desavença, e nós voltamos para pregar o amor, a concórdia, a pacificação desse país”.

Lula também falou sobre outros importantes projetos de investimento do governo federal, como o Minha Casa, Minha Vida, que vai financiar 2 milhões de moradias até 2026. Ele lamentou que o programa tenha sido substituído, durante o governo passado, pelo Casa Verde Amarela, que não saiu do papel e deixou milhares de obras paralisadas. Segundo o presidente, foi mais uma “mentira” de Bolsonaro.

“A fase da mentira acabou, a fase de um presidente que não gostava de governador, não gostava de prefeito, que não gostava do povo, que não gostava de sindicalista, que não gostava preto, não gostava de quilombola, não gostava de índio, acabou!”, enfatizou o presidente.

Presente ao evento, o Ministro das Cidades, Jader Filho, ressaltou a importância da decisão do presidente Lula de recriar a pasta, cuja atuação impacta diretamente o dia a dia dos brasileiros. “O governo federal, através do Ministério das Cidades, vai estar sempre à disposição, seja para que a gente possa tratar da questão da mobilidade, ou da questão do saneamento, ou da questão da habitação, que é o Minha Casa, Minha Vida, o maior programa de habitação que já foi gerado nesse país”, disse.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirmou que a instituição voltou a olhar para o que é estratégico e prioritário para a população. “BNDES voltou junto com o Brasil no mundo e com o presidente Lula. Nós já aumentamos os desembolsos dos bancos, nesses sete meses, em 31%, isso antes do arcabouço fiscal, da reforma tributária, da melhora do rating do Brasil e da taxa Selic de juros começar a cair. Então nós vamos ter um segundo semestre muito melhor que o primeiro na economia, estamos trabalhando fortemente para isso”, frisou.

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, disse que o presidente Lula, desde os seus mandatos anteriores, é “o único líder nacional que tem dimensão da importância do Rio de Janeiro para o Brasil”. “Nunca, nunca mesmo, alguém fez tanto pelo Rio de Janeiro como este homem fez. Nunca, nenhum presidente colocou o Rio de Janeiro no patamar que merece estar como o presidente Lula fez”, assegurou. “Nessa manhã, o senhor está resolvendo, aliás, já vem resolvendo desde o dia que iniciou o seu mandato, o senhor está resolvendo o maior sofrimento do povo trabalhador e do povo mais humilde dessa cidade”.

Da Redação

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