Lula define reforma da ONU como fundamental para a paz no mundo

Presidente falou sobre vários temas durante coletiva de imprensa em Nova York, quando também voltou enfatizar a incapacidade da ONU para encontrar soluções para as guerras e outros conflitos mundiais

Ricardo Stuckert

Lula: “O número de conflitos nos dias de hoje é maior do que em qualquer outro momento"

O presidente Lula participou, nesta quarta-feira (25), de coletiva de imprensa, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. O petista respondeu aos questionamentos de jornalistas de diversos países acerca dos principais temas da atualidade, entre eles, a transição ecológica, o enfrentamento à fome e às desigualdades socioeconômicas, os conflitos no Oriente Médio e na Ucrânia, o avanço do sectarismo e a necessidade de reestruturação da ONU.

Na avaliação de Lula, a reforma da organização multilateral é necessária para a promoção da paz no mundo. “O número de conflitos nos dias de hoje é maior do que em qualquer outro momento. Golpes de Estado em vários países, tentativas de golpe em outros países, guerra civil em vários países […] O que está acontecendo em Israel, na Faixa de Gaza e, agora, no Líbano é uma coisa que não tem precedentes”, lamentou. “Por mais que a ONU tenha tomado decisão, não há nenhum cumprimento de nenhuma decisão da ONU”, prosseguiu.

O presidente também ressaltou a importância de se preservar e de se revitalizar a democracia em meio ao avanço da extrema direita. Nesse momento, ele se dirigiu aos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), ambos convidados por Lula a representarem o Brasil na ONU.

“Esse extremismo que nós estamos vendo, com o suporte muito grande na indústria do fake news, que está monetizado, tem gente ficando rico com a quantidade de mentiras, com a quantidade de leviandades. Eu chamei os democratas para a gente discutir: onde foi que a democracia errou?”, afirmou.

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Crescimento econômico

Lula exaltou o bom desempenho econômico do Brasil e enfatizou que o governo liderado por ele preza pela estabilidade e pela previsibilidade: “O que eu quero mostrar é que tem poucos países que se comportam com a seriedade com que nós nos comportamos”.

O presidente se disse ainda um homem de sorte. “E como eu acho que a economia brasileira está surpreendendo positivamente, essa é a maior sorte que eu tenho, é que a economia está surpreendendo os homens do mercado externo, os homens do mercado interno, os pessimistas de plantão”, comemorou.

“Eu não tinha outra razão para voltar a ser presidente da República se não fosse para fazer mais do que eu fiz das outras vezes. Com mais experiência, com mais maturidade, sabendo das dificuldades”, esclareceu Lula.

Ao responder sobre as estimativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2024, o petista fez questão de enumerar quantas vezes que as previsões falharam. “O mercado começou dizendo que a gente ia crescer 1,5%. Agora o mercado já eleva a possibilidade de crescimento para 3,5%.”

Transição energética

Sobre a necessidade de descarbonização do planeta e sobre a liderança natural do Brasil no contexto das mudanças climáticas, o petista frisou que o país está bem posicionado no cenário internacional. Aos jornalistas, Lula lembrou que a matriz energética brasileira é uma das mais limpas do mundo.

“O Brasil está dando uma chance a si mesmo e exatamente nesse momento em que a gente está discutindo muito a transição energética, que o mundo inteiro está falando, e nenhum país do mundo tem as condições que o Brasil tem para ser um país exemplo de fazer a energia mais limpa do planeta Terra, em quase toda a sua plenitude”, pontuou, antes de lembrar aos profissionais da imprensa que 90% da produção brasileira de energia elétrica são renováveis.

Acordo Mercosul-UE

Questionado acerca do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE), Lula foi categórico: a conclusão do tratado depende, unicamente, dos europeus. Em Nova York, ele se reuniu com os principais líderes da UE, entre eles, os presidentes da Espanha, Pedro Sánchez, e da França, Emmanuel Macron, para destravar as negociações.

“Preste atenção no que eu vou falar, ligue seu gravador aí: eu nunca estive tão otimista com o acordo Mercosul-União Europeia”, enfatizou. “Nós estamos prontos para fazer o acordo.”

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Da Redação, com informações do Canal Gov

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