Lula é ‘criminalizado’ por promover o Brasil no exterior, criticam petistas

“Isso em outros países é uma coisa louvável. Aqui no Brasil se está tentando criminalizar esse tipo de atuação”, ressaltou Humberto Costa (PT-PE)

Deputados e senadores rechaçam, nesta sexta-feira (17), a abertura de investigação sobre tráfico de influência contra ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pelo procurador da República Valtan Timbó Mendes Furtado. Para o senador Humberto Costa (PT-PE), o que Lula fez, como presidente e como ex-presidente, foi ajudar que empresas brasileiras trabalhassem em outros países, gerando empregos e a entra de divisas para melhorar a economia do País.

“Isso em outros países é uma coisa louvável, feita por presidentes e ex-presidentes. Aqui no Brasil se está tentando criminalizar esse tipo de atuação”, ressalta Costa.

A acusação de tráfico de influência para favorecer empresas junto a instituições financeiras foi rechaçada pelo senador, sob o argumento de que o ex-presidente não ocupava a Presidência da República.

“Que poder ele teria de influir sobre as instituições de financiamento no Brasil para dar benesses a quem quer que fosse?”, questiona.

Para a deputada Maria do Rosário (PT-RS), a situação é “absurda” e as acusações não se sustentam. A petista classifica a ação como uma precipitação “lamentável”, de quem tenta “contaminar” todo o ambiente político, a partir do Ministério Público (MP).

Rosário identifica tentativa de “um acirramento artificial promovido pelo mesmo movimento golpista que tem atacado a presidenta Dilma Rousseff”.

Para o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), qualquer presidente ou ex-presidente que abra as portas para estabelecer relações econômicas e comerciais internacionais é um patrimônio para o País, e Lula foi um grande parceiro do Brasil.

“Isso é assim com o Bill Clinton, com o Jimmy Carter, seja quem for em qualquer lugar o mundo”, ressalta o deputado.

Pimenta acredita que a ação visa “apenas” agravar o cenário político, pois várias empresas têm contratos estrangeiros e isso não é novidade. O petista lembra a presença do Brasil no exterior desde a década de 1980, no Iraque, por intermédio da construtora Mendes Júnior, quando participou da construção de ferrovia, rodovia e edificações.

“Empresas têm muitos contratos desde a época de outros governos. Há uma atitude direcionada, com a clara intenção partidária de ampliar o cenário de instabilidade que o País vive”, destaca o deputado.

Pimenta chama a atenção para o fato de a notícias terem repercussão internacional e retirar competitividade e prejudicar interesses econômicos e comerciais do Brasil, em favor de empresas de outros países.

De acordo com o deputado, há uma disputa entre o Brasil e a China pela presença no mercado africano. Pimenta condena a atitude de parte da imprensa em “jogar” contra o País, ao questionar o porquê de empresas brasileiras, e não chinesas, fecharem contratos com a África.

“Ou seja, assumem o discurso de interesse da china para criticar a ação política e econômica de nossas empresas. Fica revelador as motivações e da perda e legalidade e de afronta ao estado de direito que se observa nesse processo em curso”, ressalta Pimenta.

Por Guilherme Ferreira, da Agência PT de Notícias

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