Lula e Nobel de economia conversam sobre prioridades da presidência brasileira do G20

Durante encontro no Palácio do Planalto, Stiglitz e Lula concordaram sobre a necessidade de criar um novo modelo de atuação dos bancos multilaterais de financiamento

Ricardo Stuckert

O presidente Lula e Joseph Stiglitz também destacaram a necessidade de reforma do sistema financeiro internacional

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, na tarde desta quarta-feira (13), o Nobel de Economia (2001) Joseph Stiglitz.

Lula agradeceu as menções positivas de seu interlocutor a respeito dos desenvolvimentos econômicos recentes do Brasil, como a reforma fiscal e a melhora dos números do crescimento e do desemprego, e destacou a reativação de 42 programas de inclusão social abandonados pelo governo anterior, o lançamento do novo PAC e a recuperação da imagem externa do Brasil.

Ambos trocaram impressões a respeito da presidência do G20, que o Brasil assume em dezembro próximo. Lula comentou sobre sua intenção de priorizar as pessoas nas discussões do bloco, favorecendo um maior engajamento dos cidadãos e dos movimentos sociais, um “G20 popular”.

Essa prioridade se reflete na agenda que deverá conferir ao bloco, com destaque para o combate à pobreza e a todas as formas de desigualdade, a sustentabilidade em suas várias vertentes – econômica, social e ambiental –, e a reforma das instâncias de governança internacional, em particular na área financeira.

Nesse sentido, Lula e Stiglitz concordaram sobre a necessidade de criar um novo modelo de atuação dos bancos multilaterais de financiamento, para possibilitar a transição ecológica/energética e a resolução de temas como o excessivo endividamento dos países do Sul Global e a redução da pobreza, que exigirão investimentos de grande porte e que não poderão ser resolvidos em um cenário de juros altos.

Entre as propostas discutidas estariam a conversão de parte das dívidas do mundo em desenvolvimento em investimentos verdes e em infraestrutura.

Para atingir esses objetivos, coincidiram que será fundamental o engajamento dos bancos centrais e do setor financeiro privado. Haveria hoje, na percepção de ambos, um bom momento político para essas discussões, inclusive no âmbito de instituições como o FMI e Banco Mundial.

Do site do Planalto

 

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