Lula: indústria da defesa ajuda a desenvolver as Forças Armadas e o país

Presidente visitou complexo naval que abriga programa de construção de submarinos que ele mesmo lançou em 2008. Iniciativa já concluiu duas embarcações e gera 60 mil empregos diretos e indiretos

Ricardo Stuckert/PR

Na visita, Lula conheceu o submarino S-41 Humaitá, resultado do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Como parte da agenda que cumpre nesta quinta-feira (23) no Rio de Janeiro, o presidente Lula visitou o Complexo Naval de Itaguaí, no litoral sul do estado, onde são construídos submarinos para a Marinha do Brasil.

Lula conheceu o submarino S-41 Humaitá, segunda embarcação construída pelo Programa de Desenvolvimento de Submarinos (ProSub). Criado pelo próprio presidente em 2008, o programa surgiu de uma parceria estratégica com a França, que transferiu a tecnologia de fabricação dos veículos, que têm propulsão diesel-elétrica.

O processo de construção do Humaitá acaba de alcançar um marco importante: a conclusão dos testes de imersão. Com isso, a previsão é que ele entre em operação no segundo semestre deste ano, juntando-se ao S-40 Riachuelo, primeira embarcação feita pelo ProSub e já utilizada pela Marinha. Há previsão de fabricação de outros dois submarinos: o S-42 Tonelero e o S-43 Angostura. 

Mais defesa e empregos

Estruturado como uma iniciativa de desenvolvimento científico e tecnológico, o ProSub é um dos maiores programas estratégicos da Defesa e tem impacto significativo na economia.

Com essas embarcações, a Marinha fortalecerá o controle da área marítima brasileira, conhecida como Amazônia Azul, dada à sua rica diversidade e imenso tamanho, comparável ao da floresta.

O programa prevê ainda a capacitação de mão de obra especializada e incentivo à indústria brasileira, uma vez que prioriza a aquisição de componentes fabricados no país. Assim, gera mais de 60 mil empregos diretos e indiretos e envolvimento de 700 empresas. 

“Eu enxerguei a necessidade de desenvolver uma indústria de defesa no Brasil porque, em todos os países do mundo, essa indústria contribui para a economia como um todo, além de preparar de forma mais sofisticada, com muito conhecimento científico e tecnológico as nossas Forças Armadas e o próprio país”, disse Lula durante a visita.

O presidente acrescentou que deseja continuar investindo em projetos desse tipo, que fortaleçam as Forças Armadas e, ao mesmo tempo, tragam retorno para toda a sociedade. Por isso, criou um grupo de trabalho do qual participam militares, cientistas e membros do governo para esse fim.

“Quando mostrarmos o que aconteceu nos primeiros 100 dias de governo, vamos também apresentar um novo programa de desenvolvimento para este país. Nós temos que fazer estrada, ponte, ferrovia, saneamento básico, cuidar da saúde, da educação. Eu vou fazer, e dentro desse meu fazer está a preparação de uma forte indústria da defesa para que a gente possa contribuir com a articulação das nossas Forças Armadas”, adiantou.

Submarino nuclear é uma das metas

Além dos submarinos convencionais, uma das metas é a fabricação do primeiro submarino brasileiro convencionalmente armado com propulsão nuclear (SCPN).

Outra é a construção de um complexo de infraestrutura industrial e de apoio à operação dos submarinos, que engloba estaleiros, a Base Naval e a Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM) no município de Itaguaí.

A visita ao Complexo Naval de Itaguaí foi acompanhada pelos ministros José Mucio (Defesa), Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência) e Gonçalves Dias (Gabinete de Segurança Institucional), além da embaixadora da França no Brasil, Brigitte Collet, entre outras autoridades.

Da Redação

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