Lula, na inauguração do Complexo Mineroindustrial: “O Brasil quer deixar de ser importador”

“Se quiserem investir em um país que vai crescer, que vai ser de fato o celeiro do mundo, podem investir”, afirmou Lula, nesta quarta (13), durante abertura da nova fábrica de fertilizantes da empresa suíça EuroChem, em Serra do Salitre (MG)

Ricardo Stuckert

"No ano passado foram US$ 25 bilhões que pagamos para importar fertilizante, um dinheiro poderia ter sido pago para empresários gerarem empregos", lembrou Lula, no evento desta quarta-feira (13)

O presidente Lula inaugurou nesta quarta-feira (13) o Complexo Mineroindustrial da empresa suíça EuroChem em Serra do Salitre (MG), um investimento estratégico para diminuir a dependência externa e, com isso, aumentar a soberania e a segurança alimentar, além de gerar emprego e renda.

A produção de um milhão de toneladas de fertilizantes fosfatados por ano para a agricultura brasileira representa um aumento de 15% da produção nacional, com recursos de US$ 1 bilhão e geração de 1.500 empregos.

“Se quiserem investir em um país que vai crescer, que vai ser de fato o celeiro do mundo, podem investir porque o Brasil quer deixar de ser importador”, apontou o presidente.

O diretor global da empresa, Oleg Shiryaev, afirmou que a produção dará estabilidade e confiança para o Brasil e que a EuroChem quer mais projetos no país.

“O Brasil está em uma fase excepcional. Nós já plantamos tudo o que a gente tinha que plantar, já adubamos a terra jogamos a semente. Este ano é o ano da gente colher o que foi plantado”, assinalou Lula, ao revelar que há previsão de investimento de R$ 220 bilhões em energia renovável nos próximos anos.

O presidente disse ainda que o mundo inteiro está de olho no Brasil e classificou o país como “imbatível” por considerar ser quase impossível outro país ter e oferecer a mesmas oportunidades.

“Eu sou otimista”, declarou, ao citar que nunca antes na história do Brasil, nem mesmo quando Juscelino Kubitschek trouxe a indústria automobilística, houve o anúncio de tantas empresas automobilísticas que vão investir R$ 17 bilhões até 2027.

“Estamos voltando a crescer e o Brasil não vai jogar, no século 21, a chance que jogou fora no século 20. Queremos que se transforme num país rico, que não precise ter programas assistenciais”, destacou o presidente, ao enfatizar a meta de criar uma sociedade de padrão médio de consumo.

O presidente lembrou ainda dos “três eventos magnânimos”, que são o G20 em novembro, a reunião dos Brics e a COP30 em Belém no ano que vem ao finalizar seu discurso diante do vice-presidente Geraldo Alckmin, do governador de Minas, Romeu Zema, dos ministros da Casa Civil, Rui Costa; da Agricultura, Carlos Fávaro; de Minas e Energia, Alexandre Silveira, da secretária de Finanças e Planejamento do PT, Gleide Andrade, deputados federais e estaduais e do prefeito de Serra do Salitre, Paulo Silveira.

Presidente questionou fechamento de fábricas

Lula questionou o fato de o Brasil não ser autossuficiente na produção de fertilizantes ao assinalar que não existe arma de guerra mais importante do que o alimento, que garante a sobrevivência de todas as espécies.

“Se o alimento é tão importante e o fertilizante é tão importante para a produção desse alimento, a pergunta que fazemos é por que um país com a vocação agrícola que tem o Brasil já não se transformou num país auto suficiente? Por que tantas vezes se negou a esse país ter as coisas um país soberano não pode abrir mão de ter?”, questionou, ao listar as muitas fábricas fechadas.

Além de uma no Paraná, o Brasil fechou uma fábrica na Bahia e outra em Três Lagoas, que era fabricante de ureia e foi construída em seu segundo governo. No final do segundo mandato, faltava 15% para ser concluída e está até hoje parada.

“Precisou acontecer uma guerra entre Rússia e Ucrânia para que despertasse a certeza de que o Brasil precisa fazer fertilizante”, apontou, ao falar do cerrado que, depois do manejo correto, passou a ser o lugar mais produtivo do país.

“No ano passado foram US$ 25 bilhões que pagamos para importar fertilizante, um dinheiro poderia ter sido pago para empresários gerarem empregos, salários e qualidade de vida”, registrou Lula.

Brasil é solo fértil para investimentos, diz ministro

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços Geraldo Alckmin avaliou que o Complexo de Salitre é importantíssimo para o Brasil deixar de importar e aconselhou a Eurochem a investir mais, diante dos bons indicadores que a economia brasileira alcançou com o governo do presidente Lula.

O ministro Alexandre Silveira informou que assinou portaria que institui o Plano Decenal de Mapeamento Geológico para levantamento de recursos minerais e destacou que o novo empreendimento da EuroChem significa mais competitividade para a agricultura brasileira. “O Brasil é solo fértil para investimentos, tem estabilidade social e política e respeita contratos. Num omento em que Lula reabre o diálogo com o mundo.

O ministro da Agricultura Carlos Fávaro salientou que fertilizantes são fundamentais para o crescimento sustentado da economia, e que sua produção significa soberania nacional, além de geração de emprego e oportunidades no campo.

Gustavo Horbach, diretor presidente da EuroChem para a América do Sul, também salientou a importância das parcerias e entre as três esferas de poder na garantia da produção de alimentos para a segurança alimentar e a redução da dependência da importação de fertilizantes.

O prefeito de Serra do Salitre Paulo Silveira destacou que o empreendimento é um capítulo crucial na jornada de desenvolvimento econômico e social da cidade e região e que a parceria entre setor público e privado é um modelo a ser seguido.

Mulheres são 30% dos funcionários da EuroChem

Considerado o maior e mais moderno investimento global dos últimos anos da EuroChem, a obra do Complexo de Serra do Salitre em Minas Gerais é o primeiro da empresa ora da Europa e tem 30% de mulheres no seu quadro de funcionários. “É um ato de coragem, é um ato de responsabilidade que merece os nossos aplausos”, disse o presidente, citando a aprovação no Congresso Nacional da lei que garante salário igual entre homens e mulheres.

“Mas pasmem que tem empresário recorrendo à Justiça para não pagar!”, desabafou o presidente, ao pedir às mulheres que lutem por seus direitos.

Da Redação

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