Lula pede compromisso e ação dos países desenvolvidos sobre o clima

Confira a ntegra do discurso lido pelo presidente Lula durante o Fórum das Grandes Economias sobre Energia e Clima, no dia 20 de abril de 2023

Ricardo Stuckert

Presidente Lula no Fórum sobre Energia e Clima

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, na manhã desta quinta-feira (20/4), do Fórum sobre Energia e Clima entre as principais economias do mundo, realizado de forma virtual e organizado pelo governo dos Estados Unidos. o presidente dos Estados Unidos,

Em seu pronunciamento, Lula reforçou o compromisso do Brasil em zerar o desmatamento até 2030, ressaltou investimentos na transição energética e pediu que países em desenvolvimento cumpram os acordos de financiamento climático, ainda insuficientes para combater as mudanças no clima global.

No evento, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, informou que, entre outras medidas, irá pedir a liberação de um aporte de US$ 500 milhões para o Fundo Amazônia nos próximos 5 anos, além de deixar um apelo a outros líderes globais para que façam o mesmo.

“Fomos capazes de reduzir o desmatamento da Amazônia em mais de 80% ao longo de uma década, e voltaremos a fazê-lo. Os danos ao meio ambiente causados pelo governo anterior serão revertidos”. afirmou o presidente em referências ás políticas adotadas em seu governo.

Segundo Lula, “para tanto, retomamos o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia, que em passado recente foi responsável pela queda recorde na devastação da floresta. Nossa meta é o desmatamento zero”, afirmou.

Veja a íntegra do discurso

Quero cumprimentar o Presidente Joe Biden pela realização deste Fórum sobre Energia e Clima. Aproveito para saudar a todos os participantes.

A resposta ao desafio climático – talvez o maior da nossa geração – depende da ação coordenada entre todos os países. O Brasil está fazendo a sua parte, e vai avançar ainda mais nos esforços para mitigar os efeitos da mudança do clima.

Temos a matriz energética mais limpa do planeta. Mais de 80% da nossa eletricidade provém de fontes renováveis: hidrelétrica, eólica, solar, etanol e biomassa. E vamos aumentar essa proporção, com a instalação de novos parques de geração de energia solar e eólica. Continuaremos também a investir em soluções como a agricultura de baixo carbono, infraestrutura verde e biocombustíveis.

Fomos capazes de reduzir o desmatamento da Amazônia em mais de 80% ao longo de uma década, e voltaremos a fazê-lo. Os danos ao meio ambiente causados pelo governo anterior serão revertidos. Para tanto, retomamos o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia, que em passado recente foi responsável pela queda recorde na devastação da floresta. Nossa meta é o desmatamento zero.

Temos o compromisso de reflorestar 12 milhões de hectares, e estamos fortalecendo os investimentos em bioeconomia, assegurando trabalhos dignos e sustentáveis para os 25 milhões de brasileiros que vivem na região.

Em agosto, vamos reunir os líderes dos oito países amazônicos, com o objetivo de impulsionar uma nova agenda comum para a Amazônia. Reafirmaremos a nossa disposição para trabalhar conjuntamente em projetos de maior alcance, que protejam o bioma e promovam o seu desenvolvimento sustentável.

Também trabalharemos com países que detêm florestas tropicais na África e na Ásia. Como sinal de comprometimento, apresentamos a candidatura de Belém, na região amazônica, para sediar a COP30 em 2025.

Senhoras e senhores.

Os efeitos da mudança do clima agravam ainda mais a pobreza, a fome e a desigualdade no mundo, flagelos que o Brasil combate com todas as forças. Também somos defensores intransigente da paz entre os povos. Não há sustentabilidade num mundo em guerra.

Além da paz, é urgente buscarmos uma relação de confiança entre os países. No entanto, desde a Convenção do Clima, em 1992, no Rio de Janeiro, a confiança entre os atores envolvidos tem declinado. Desde que o compromisso foi assumido, em 2009, o financiamento climático oferecido pelos países desenvolvidos mantém-se aquém da promessa de 100 bilhões de dólares por ano. Como disse no início, é preciso que todos façam a sua parte.

Hoje o mundo está próximo de um ponto irreversível. Vemos diante de nós a urgência de cumprirmos as promessas feitas. Precisamos de uma governança mais efetiva e legítima, que nos permita resgatar a solidariedade para o bem de toda a humanidade.

Podem contar com o Brasil”.

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente Brasil

Da Redação, com Site do Planalto

 

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