Manaus: Com debate, petista quer aproximar cidade da população

O pré-candidato do PT à prefeitura de Manaus, José Ricardo Wendling, quer chegar ao cargo mais importante da capital para aproximar a gestão da cidade dos anseios da população. Com duas passagens como vereador e outras duas como deputado estadual, se considera preparado para encarar o seu primeiro cargo no executivo.

“É o que trago do debate parlamentar: suscitar a participação das pessoas no destino da cidade. São, aliás, os princípios do partido: uma gestão democrática, participativa e transparente”, explica.

De acordo com ele, é essencial que haja uma grande participação popular principalmente em questões como orçamento, ações sociais e gastos do município.

O pré-candidato é crítico da gestão do atual prefeito, Arthur Virgílio Neto (PSDB). “Há muita publicidade e poucas ações efetivas”, analisa. Leia, abaixo, as visões e opiniões do petista sobre as questões de Manaus, a administração do atual prefeito e a política nacional.

Saneamento
O pré-candidato destaca que Manaus tem um dos piores desempenhos entre as capitais em democratização do saneamento básico.

“Um terço da cidade não tem água encanada e tratada. Privatizaram o sistema de água e esgoto e, como consequência, falta água em muitos bairros. Essa empresa continua com seu contrato em dia, reajustou tarifas, apesar de nem melhorar tampouco ampliar o sistema de abastecimento”, diz.

“Menos de 10% do esgoto da cidade tem tratamento. Tudo é despejado tanto no Rio Negro quanto nos pequenos rios que entrecortam a cidade, chamados igarapés. Estão todos poluídos pela falta de saneamento e tratamento. As doenças causadas são um custo enorme para a cidade e a sociedade. É um quadro que temos que enfrentar”.

Educação
Wendling lembra da falta de qualidade tanto do ensino quanto das instalações educacionais e recorda das promessas não cumpridas do prefeito atual.

“Hoje, um terço das escolas municipais têm instalações alugadas precárias. O prefeito não ampliou a rede de educação básica. Sem contar a promessa de construir 110 creches e não ter construído sequer 10”.

Ruas esburacadas
Ele explica que são poucos bairros que não enfrentam o problema de ruas esburacadas. Em muitos casos, as vias são intrafegáveis.

“O prefeito prometeu que em quatro meses iria resolver o problema dos buracos na maioria das ruas. Se hoje você entrar nos bairros da cidade, vai se assustar com a situação quase intrafegável de quase todos”.

Turismo
De acordo com Wendling, é fundamental incentivar o turismo ecológico da região, mas sem ideias megalomaníacas. O caminho que pretende seguir é o de valorização dos pequenos empreendedores.

“O turismo está sendo negligenciado. Temos uma natureza exuberante e o potencial cultural dos povos indígenas que são pouco valorizados. Nós precisamos dar ênfase no turismo”, afirma.

“Porém, essa ênfase precisa ser dada a partir da valorização dos pequenos empreendedores. Vamos alavancar bastante o turismo de todo o estado a partir de Manaus. Mas, repetindo, com olhar sobre os empreendimentos menores”, completa o pré-candidato.

 

Transporte
Uma das suas críticas à atual administração é a falta de coragem ou desejo político de rever os contratos com as empresas de ônibus.

“O atual prefeito não enfrentou o problema do transporte coletivo. Manteve os mesmos esquemas das empresas e, pior, com tarifa alta”.

Tarifa zero
O pré-candidato afirma ter um olhar atento sobre os anseios da juventude manauara. De acordo com ele, sua atuação legislativa sempre lutou pelo pagamento de meia passagem a esse público. Agora o desejo é maior: dar passe livre a todos os estudantes.

“A cidade cresceu demais e não houve um avanço na área de educação. Há muita gente que precisa atravessar a cidade para estudar. O passe livre aos estudantes é importante para garantir que não haja uma evasão escolar tão grande – como temos hoje. Temos que garantir criança na escola e não na rua. A tarifa zero é uma política de educação que defenderemos como um direito da juventude e uma política de inclusão social”.

Golpe contra Dilma
Perguntado pela reportagem Agência PT qual é a sua visão sobre o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, ele respondeu, de pronto: “O nome já diz: é um golpe. Um golpe à democracia, um golpe à vontade popular”.

Depois, explicou sua visão sobre o episódio e contou que os trabalhadores manauaras estão tensos em relação às medidas do interino e golpista Michel Temer.

“A presidenta Dilma foi a mais votada no Amazonas nas duas eleições. O ex-presidente Lula também foi o mais votado tanto em Manaus quanto no estado. O golpe, logicamente, representa um retrocesso”.

“Há muita preocupação por aqui em relação aos reflexos das decisões que estão sendo tomadas em relação aos direitos dos trabalhos e também em relação à cidade. Nós dependemos da Zona Franca de Manaus, o nosso polo industrial incentivado. As medidas do governo interino e golpista não estão ajudando em nada a economia do Amazonas”.

Por Bruno Hoffmann, da Agência PT de Notícias