Marcha das Margaridas: uma demonstração da capacidade de mobilização das trabalhadoras rurais
No dia 12 de agosto cerca de 70 mil Margaridas ocuparam as ruas de Brasília para participar da 5ª edição da Marcha das Margaridas, que este ano teve como tema…
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No dia 12 de agosto cerca de 70 mil Margaridas ocuparam as ruas de Brasília para participar da 5ª edição da Marcha das Margaridas, que este ano teve como tema “Desenvolvimento Sustentável com Democracia, Justiça, Autonomia, Igualdade e Liberdade”.
Mulheres do campo, da floresta, das águas marcharam para reivindicar, entre outros: creche no campo, políticas de fomento para produção, incentivo para grupos de mulheres das comunidades tradicionais que preservam o saber e a riqueza de nossas sementes, fauna e flora.
A essas demandas somaram-se a defesa da liberdade e da democracia. Cartazes pediam Estado laico e reafirmavam que o corpo é das mulheres. Nas intervenções realizadas nos carros de som, manifestações de repúdio a qualquer tipo de golpe, dentro ou fora do parlamento, deram a tom das falas.
A Marcha das Margaridas de 2015 ocorreu num momento delicado da história política brasileira, no qual tentam desconstruir conquistas das trabalhadoras e dos trabalhadores e impedir que a Presidenta Dilma governe, mas respondemos a altura.
Com organização, mobilização e palavras de ordem, as Margaridas enfrentaram o machismo e a misoginia latentes na sociedade, que tem se caracterizado por difundir conteúdos discriminatórios nas redes sociais contra a Presidenta Dilma Rousseff ou cartazes que incitam o ódio e a discriminação, como ocorreu recentemente em manifestações organizadas pela direita.
A Marcha das Margaridas foi um sucesso! E grande parte disso se se deveu ao empenho e a mobilização da militância sindical e petista, que se dedicou a organizar trabalhadoras urbanas e rurais de todo o país.
A Marcha das Margaridas foi uma demonstração da capacidade de mobilização das mulheres do campo, da floresta e das águas para lutar por uma pauta feminista que amplie e garanta direitos e construa um Estado que rompa com a desigualdade e o machismo.
A Marcha das Margaridas consolidou um novo momento. Colocou a garra e o empenho das mulheres na luta por um desenvolvimento sustentável com democracia, justiça, autonomia, igualdade e liberdade.
A pauta das Margaridas é também a pauta do sindicalismo cutista e petista. As conquistas da classe trabalhadora foram resultado da luta nas ruas, onde o movimento sindical está e permanecerá em defesa da liberdade e da democracia.
Há muitos anos vimos discutindo um modelo de desenvolvimento centrado no direito à vida humana, que tenha como centro o trabalho e a distribuição renda. Isso é algo que unifica a todas nós, sejamos urbanas ou rurais.
Rosane da Silva é Secretária Nacional da Mulher Trabalhadora da CUT