Marcia Rosa: Da traição, não se volta
A saída de Marta Suplicy do Partido dos Trabalhadores, confesso, foi algo totalmente inesperado para mim. Também pegou de surpresa milhares de militantes, de várias gerações, que tinham Marta como…
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A saída de Marta Suplicy do Partido dos Trabalhadores, confesso, foi algo totalmente inesperado para mim.
Também pegou de surpresa milhares de militantes, de várias gerações, que tinham Marta como um exemplo de luta e dignidade dentro da política de São Paulo e do Brasil.
Também por causa disso, são extremamente decepcionantes as entrevistas concedidas pela senadora, agora no PMDB, nas quais ela expõe conversas pessoais que alega ter mantido com o ex-presidente Lula.
Além de muito triste, é absolutamente antiética essa atitude de Marta.
Também conversei com Lula, muitas vezes, durante o período eleitoral de 2014, quando ele sempre repetia, para quem quisesse ouvir: temos que reeleger a nossa companheira Dilma!
Lula sabe a força que tem, dentro e fora do PT.
Coerente com seu caráter e com sua história, nunca cogitou se candidatar, em 2014, apesar de pedidos nesse sentido em muitos setores da vida política brasileira.
Quando insinua dúvida sobre isso, Marta Suplicy pensa diminuir Lula, mas só diminui a si mesmo, num ato de vilania que irá manchar, inexoravelmente, uma biografia que serviu de exemplo para tantas mulheres do País.
Lula rechaçou a possibilidade de se candidatar em 2014 até quando amigos próximos a levantavam. Não achava digno sequer discuti-la, mesmo de forma reservada.
Por isso, é difícil dizer se as conversas entre ele e Marta existiram. Cabe a ela o ônus da prova.
Mas isso não importa mais. Marta Suplicy é passado, recém empossada como cristã-nova do antipetismo, mais realista do que os reis do atraso e do conservadorismo aos quais decidiu, vergonhosamente, se submeter.
Eu, de minha parte, digo a Marta: Vou ficar no PT, não fujo à luta, companheira.
Marcia Rosa é prefeita de Cubatão pelo PT