Marina enfurece militância ao sugerir “mensanet”

A candidata à presidência Marina Silva (PSB) sugeriu, em publicação em sua conta no twitter, que a militância da oposição é paga para critica-la nas redes sociais. “Eles tem [sic] pessoas pagas para mentir na internet. É um verdadeiro “mensanet”. E nós temos vocês, que nos defendem espontaneamente!”, escreveu.

A fala causou revolta entre os internautas petistas e simpatizantes da candidatura da presidenta Dilma Rousseff, que cogitaram processá-la e cobraram que apresente provas das acusações. A publicação, que teve mais de 466 retweets (espécie de compartilhamento) e dezenas de respostas, foi feita na última quinta-feita (25).

Para a bancária aposentada, Sandra Maria Farias, a candidata deveria ser processada por calúnia e difamação pela mensagem. “Fiquei muito indignada. Voto no PT desde as eleições de 1989 e nunca recebi nenhuma vantagem pessoal”, disse.

Em resposta ao tweet publicado na conta oficial de Marina, Sandra disse que a resposta da militância autêntica será nas dada nas urnas. “Milito por acreditar no projeto do partido. Milito, de forma tímida, nas redes sociais, desde 2011, por me sentir enojada com distorção que a mídia faz dos governos do PT”, completou.

A cantora e militante do PT, Isabel Monteiro, diz ter se ofendido com a insinuação da candidata. “Ajudar o PT e a Dilma é um trabalho de amor, amor ao Brasil e ao povo brasileiro”, justificou.

Isabel diz que dedica seu tempo quase que exclusivamente para ajudar, de forma voluntária, a campanha da candidata do PT à reeleição, Dilma Rousseff. “Desde que a campanha começou, parei a minha vida profissional e dedico todo o tempo que tenho fazendo a minha pequenina contribuição. E isso não tem preço”, declarou.

Para a historiadora Anna Zappa, a declaração faz parte de uma tentativa de desqualificar a luta da militância. “Isso é um ataque gratuito. A Marina conhece os militantes do PT e sabe que não existe essa militância paga”, disse.

Ela observa que a candidata recorreu a mesma prática que dias antes condenou. “Marina se contradisse mais uma vez. No discurso, quer uma campanha limpa e na prática, usa os mesmos argumentos que condena”, afirmou.

A contadora Ester Alves disse que mesmo não sendo filiada a nenhum partido faz campanha nas redes sociais por simpatizar com as propostas de governo do PT. “Faço militância legal e cidadã na internet para o partido que julgo com melhores propostas. Não recebo nada por isso”, afirmou.

Ester sugere que seja aberto um processo judicial contra os responsáveis pela publicação. “Se tiver uma forma de processar os mentirosos que acusam as pessoas de receber dinheiro, junto-me a elas para abrir um processo por calúnia, e ainda ajudo a pagar os custos judiciais da causa”, defendeu.

Por Flávia Umpierre, da Agência PT de Notícias