Mauro de Castro Júnior: Por um novo marco do socialismo no PT

Motivados pela ideia de construir um novo marco utópico para o PT e comprometidos com a tarefa de reencantar o petismo, decidimos construir uma corrente interna orgânica, de esquerda, socialista, internacionalista, anti-capitalista, anti-imperialista, transformadora, democrática, feminista e anti-racista.

Ao mesmo tempo, iniciamos um diálogo com outras forças e militantes petistas com as quais mantemos identidade programática e na prática política.

Somos militantes petistas de Alagoas, do Amazonas, do Amapá, da Bahia, do Ceará, do Distrito Federal, do Espírito Santo, de Goiás, do Maranhão, de Minas Gerais, do Pará, da Paraíba, de Pernambuco, do Piauí, do Paraná, do Rio de Janeiro, de Rondônia, do Rio Grande do Sul, de Roraima, de Sergipe, de São Paulo, de Tocantins e durante anos nos organizamos localmente.

No entanto, sabemos que os grandes desafios colocados para a esquerda também são nacionais e internacionais, englobando questões socioeconômicas, culturais e civilizatórias. Por isso, nossa ação também precisa ter um horizonte mais amplo.

Nossa caminhada ocorre em um contexto de ataques aos direitos humanos e sociais e de retrocesso da democracia e das concepções humanistas e socialistas de sociedade. No Brasil, estamos em plena vigência do golpe contra a democracia e o Estado de direito.

Neste momento, o golpismo tenta inviabilizar o processo eleitoral democrático em 2018, colocando em xeque não somente a gestão do Estado, mas a própria soberania nacional.

Por isso, nossos principais compromissos são com: a garantia de eleições democráticas – pois eleição sem Lula é golpe –, o referendo popular sobre o desmonte do Estado por meio de emendas à Constituição Federal e a reversão das antirreformas aprovadas na gestão Temer.

Nosso esforço organizativo se pauta na responsabilidade com o Partido dos Trabalhadores, com o Muda PT, com as lutas da esquerda e com a classe trabalhadora.

Para isso é fundamental priorizar a luta de massas, fortalecer as organizações e núcleos de base do PT, fortalecer os movimentos sociais e populares e colocar nossos mandatos à disposição das lutas e movimentos progressistas como de o juventude, de combate ao racismo, das luta das mulheres,da população LGBT, do ecossocialismo, do movimento dos desempregados, movimento estudantil, movimento sindical, do direito à vida, da inclusão das pessoas com deficiência, da reforma agrária, da reforma urbana, da reforma política, da reforma tributária, da reforma do judiciário, da economia solidária, da regulamentação dos meios de comunicação, dos direitos humanos, da classe trabalhadora do campo e da cidade e do povo pobre.

A Formação Política, teórica e prática, continuada e permanente, dos nossos militantes será prioridade da nossa corrente com prioridade para a formação de novos quadros jovens, mulheres, negros e negras, LGBT e indígenas.

Vamos intensificar nossa ação nos movimentos de massa e nas articulações suprapartidárias do campo da esquerda como a Frente Brasil Popular.

Nosso objetivo é o fortalecimento do PT para, em conjunto com as forças de esquerda, reverter a situação de retrocessos que vivenciamos neste período histórico.

Nesse sentido, estamos construindo uma relação horizontal, com o protagonismo dos vários segmentos sociais representados nas nossas lutas, buscando sínteses discursivas capazes de expressar a opinião dos grupos sociais que representamos.

Avaliamos que o PT precisa de uma atualização programática que contemple um novo ciclo de desenvolvimento, a atualização do modelo de democracia e de socialismo que defendemos e para isso queremos construir uma nova plataforma programática, estratégica e tática.

Este Encontro reafirma nossos propósitos e referenda as posições tomadas nos Encontros Estaduais que o antecederam. Ao mesmo tempo, abre um período para que os(as) companheiros(as) de outras correntes possam concluir seus debates internos e se somar a esta construção.

Nos dias 16 e 17 de março de 2018, durante o Fórum Social Mundial, a ser realizado em Salvador, na Bahia, faremos nosso Congresso de fundação da corrente nacional. Para coordenar esse processo (o que é, como se organiza e qual a ética da nova corrente), o presente Encontro Nacional aprova a seguinte Comissão Provisória Pró-Fundação:

• Adelmo Leão
• Aluã Carmo de Moura
• America Menezes Bonfim
• Raimundo Angelim
• Augusto Lobato
• Camila Moreno – MG
• Coroa – PA
• Givaldo Vieira
• Graça Costa – CE
• Helder Salomão
• Jerson Queiroz
• Jojó – BA
• Jones Carvalho
• Jorge Florêncio – RJ
• José Ricardo – AM
• Juçara Dutra – RS
• Laura Sito
• Leila Regina – RJ
• Letícia Florêncio
• Lindbergh Farias – RS
• Luís Couto – PB
• Mauro César
• Matheus Maciel
• Miguel Intra
• Milene Lauande
• Moema Gramacho – BA
• Moreira – PB
• Nelson Pellegrino – BA
• Padre Ton – RO
• Patrícia Carlos
• Paulo Pimenta
• Paulo Teixeira
• Ricardo Vale – DF
• Rogério Carvalho – SE
• Rosane – AM
• Samuel Staczewski Santos
• Sérgio Alberto Silva
• Simão Pedro Chiovetti
• Tales de Castro
• Vera Lúcia Ubaldino Machado
• Wadih Damous
• Waldenor Pereira – BA
• Zé Carlos – MA
• Zeca Tavares

São Paulo, 14 de dezembro de 2017.

Por Mauro César de Castro Júnior, estudante, para a Tribuna de Debates do PT

 

ATENÇÃO: ideias e opiniões emitidas nos artigos da Tribuna de Debates do PT são de exclusiva responsabilidade dos autores, não representando oficialmente a visão do Partido dos Trabalhadores