Mesquita: cidade mais nova do RJ quer volta de ex-prefeito petista

Artur Messias (PT), que já foi prefeito da cidade, avalia que município enfrenta problemas devido a má gestão e prepara plano de governo participativo

Dos seus 17 anos de existência, a cidade de Mesquita (RJ) esteve 8 anos (2005-2012) sob a gestão de Artur Messias (PT). Nos últimos quatro anos, porém, a cidade mudou de mãos e a população começa a sentir falta do modo petista de governar.

“Os serviços públicos estão definhando, e isso tem feito com que as pessoas, ao comparar as duas gestões, peçam nosso retorno”, afirma Messias. Segundo ele, as últimas pesquisas indicam empate técnico entre a sua pré-candidatura e a do atual prefeito, Gelsinho Guerreiro (PSC).

Mesquita emancipou-se de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e teve seu primeiro prefeito eleito em 2001. Apesar dos avanços conquistados com uma gestão independente, é uma cidade-dormitório que sofre com os altos índices de criminalidade.

Messias conta que a última gestão acabou concentrando esforços em melhorias paisagísticas e visuais, deixando questões prioritárias, como saúde e educação, em segundo plano.

Além disso, a máquina pública está inchada e a cidade enfrenta problemas para pagar o salário dos seus servidores, com impacto direto nos serviços oferecidos pelo município. “Quem paga o preço é a população, que se vê afetada pela má qualidade dos serviços”, diz.

Gestão petista

Na campanha, Messias terá como argumento as conquistas de sua gestão. Foram 17 escolas construídas, criação de seis CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), implantação do programa de Saúde da Família na cidade e o apoio para a construção do hospital maternidade pelo Governo do Estado.

Além disso, foram levados para a cidade serviços básicos como o INSS, a junta militar e unidades do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. Na parte de infraestrutura, Messias pavimentou, instalou drenagem e saneamento básico em 300 ruas.

Para essa campanha, o pré-candidato vem ouvindo a população há algum tempo para elaborar um plano de governo participativo. Em especial, nos encontros Rede Troca de Saberes, uma rede criada para discutir os problemas da cidade. Nas várias reuniões, foram estabelecidos temas por bairros e alguns pontos gerais que são prioritários para a população. Messias vai assumir essa discussão em seu programa de governo durante a campanha.

Violência

De 2011 a 2016, os crimes contra o patrimônio em Mesquita praticamente dobraram, segundo dados do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro. Não a toa, segurança pública foi uma das pautas elencadas como prioritárias pela população da cidade. Uma das causas possíveis da violência, afirma Messias, foi a instalação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) na cidade do Rio de Janeiro, que causou uma migração da criminalidade para os municípios vizinhos.

“Têm espaços na cidade que são sitiados [por criminosos]. Querem controlar o acesso a esses locais, dificultando serviços. São pessoas que estão ali guardando o território, gerando insegurança para circular”, afirma ele. Apesar da segurança pública ser uma atribuição do governo estadual, a precariedade dos serviços municipais piora o quadro. “O que pode ser feito é melhorar a presença do serviço público”, explica.

Outra saída, além da ação preventiva da Guarda Municipal, é investir em ações focadas na juventude. A ideia de Messias é expandir a rede de atividades culturais e esportivas para os jovens. Segundo ele, isso pode ser feito com parcerias entre o poder público e entidades existentes. “É preciso abrir oportunidade para outros caminhos”, diz ele.

Transporte e Economia

Para Messias, é necessário melhorar a circulação interna na cidade, tanto com melhorias na rede de transporte público como na implantação de ciclovias e ciclofaixas. Com a proximidade de Nova Iguaçu, um pólo comercial na baixada, muitas pessoas acabam optando por consumir na cidade vizinha.

“É preciso melhorar a mobilidade interna, implantar ciclovias e ciclofaixas, possibilitando o acesso mais fácil ao centro, de forma que o consumo local fique aqui e não vá para Nova Iguaçu”, diz ele.

Por Clara Roman, da Agência PT de Notícias

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