Metalúrgicos da Ford entram em greve contra fechamento de fábrica no ABC
Planta que responde pela fabricação de caminhões e do veículo compacto Fiesta emprega 3.200 funcionários, que devem ser demitidos. Impacto na cadeia do setor pode ‘custar’ outros 10 mil empregos
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Em assembleia realizada nesta terça-feira (19), os metalúrgicos e metalúrgicas da Ford decidiram entrar em greve imediatamente contra o anúncio inesperado de fechamento da fábrica que produz caminhões em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, em novembro deste ano. Uma nova assembleia para encaminhar os próximos passos da luta ocorrerá na próxima terça-feira (26).
“Nós lutamos, fizemos de tudo para que isso não ocorresse. E não dá para ter uma notícia dessa e achar que dá para continuar trabalhando. Precisamos ir todos para a casa e retornar na semana que vem. Até lá é greve”, disse José Quixabeira de Anchieta, coordenador-geral do Comitê Sindical na Ford.
Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, o Wagnão, a notícia foi recebida com indignação e revolta. “Em janeiro fizemos uma assembleia na portaria da fábrica, decretamos o estado de luta e pedimos que uma reunião acontecesse para que a Ford deixasse claro qual era a sua real intenção em relação a planta de São Bernardo do Campo”.
“E hoje nos deparamos com o anúncio de que ela encerrará as suas atividades ainda este ano. Anúncio este que não considera cada trabalhador e trabalhadora direto ou indireto, aqueles que serão atingidos diretamente por uma empresa que quer visar o lucro somente”, critica Wagnão.
Se a Ford tem essa intenção, ela há de pagar pela decisão que está tomando. Não acha que vai desistir do Brasil e dos seus trabalhadores dessa forma e continuar vendendo tranquilamente no nosso mercado.
– Wagner SantanaSão Berna
“Nós não desistimos de que essa planta se mantenha aqui na região. Nós não aceitamos esse anúncio. E vamos fazer a luta necessária para reverter essa decisão”.
Wagner Santana, o Wagnão, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, fala com indignação sobre a decisão da Ford.
Publicado por CUT Brasil em Terça-feira, 19 de fevereiro de 2019