Ministério das Mulheres lança edital para fomentar autonomia econômica das mulheres

O tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) – “Os desafios para enfrentar a invisibilidade do trabalho de cuidado das mulheres no Brasil” – é assunto que, desde o começo da  atual gestão federal, tem sido debatido: o trabalho invisível do cuidado. 

São diversas ações que o Ministério das Mulheres, em parceria com outras pastas, tem desenvolvido a fim de criar estratégias e ações governamentais que atendam essas mulheres, que muitas vezes realizam duplas, triplas e, até certas vezes, quádruplas funções. 

Prova disto é que, na semana passada, o MMulheres divulgou edital destinado a organizações da sociedade civil para apoiar projetos de autonomia e cuidado com mulheres. Os projetos podem ser financiados por até R$ 2,5 milhões, de acordo com as ações a serem desenvolvidas, e devem ser inscritos até 24 de novembro.

O objetivo, segundo o Ministério, é apoiar projetos de formação com mulheres em autonomia econômica e cuidado, buscando a constituição de redes de multiplicadoras. Este é o principal objetivo do edital lançado por meio da Secretaria Nacional de Autonomia Econômica e Política de Cuidados. Organizações da sociedade civil podem apresentar propostas até o dia 24 de novembro. 

Ainda de acordo com a pasta, as experiências organizativas com mulheres são vistas como formas de reduzir a sobrecarga feminina com o trabalho doméstico individualizado e também como formas de fomentar a autonomia econômica de mulheres, já que a maioria dos domicílios brasileiros são chefiados por mulheres, segundo atestou o Censo 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A formação de multiplicadoras, por sua vez, assegura maior perenidade às ações a serem desenvolvidas.

São três eixos de atuação:

• formação e auto-organização com mulheres em economia feminista, divisão sexual do trabalho e enfrentamento às desigualdades de gênero no mundo do trabalho;
• formação para autonomia e igualdade com mulheres para o combate à fome e à insegurança alimentar, economia solidária e processos de autogestão;
• formação com lideranças mulheres para fortalecer estratégias de organização e da atuação nos espaços de participação, com foco no trabalho.

Vale destacar que, em maio, foi criado o Grupo de Trabalho Interministerial (GTI) para elaboração da Política Nacional de Cuidados (PNC), que conta com 17 pastas irão construir políticas públicas para repensar o trabalho do cuidado, com coordenação dos ministérios do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e das Mulheres. 

Da Redação do Elas por Elas, com informações do Ministério das Mulheres