Ministra Cida ajusta medidas de apoio às mulheres gaúchas desabrigadas
Orientações da ONU vão orientar a elaboração da proposta; além disso, Disque 180 criou canal exclusivo para recebimento de denúncias para as gaúchas
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Em atenção às mulheres e crianças do Rio Grande do Sul vítimas das enchentes, uma comitiva do Ministério das Mulheres formada pela ministra Cida Gonçalves, e as secretárias nacionais de Enfrentamento à Violência contra Mulheres, Denise Motta Dau, e de Autonomia Econômica e Política de Cuidados, Rosane Silva, esteve ontem (12) em Porto Alegre para discutir a questão da violência contra as mulheres sobre as denúncias que chegaram ao ministério.
Durante entrevista coletiva, Gonçalves destacou as principais ações que a pasta irá desenvolver nos próximos dias para acolher as gaúchas: “Tivemos uma audiência com o governador Eduardo Leite e o secretário estadual de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Fabricio Guazzelli Peruchin, onde nós definimos os prazos para fechar os protocolos, as diretrizes, as estratégias e as ações para o atendimento às mulheres em caso de calamidade pública”, informou.
Além disso, houve reunião com a secretária Municipal Adjunta de Mulheres, Vani Piovesan, e representantes do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher, onde a ministra pôde ouvir relatos sobre a realidade que tem acontecido nos abrigos. Dentre os encaminhamentos tomados foi a construção de protocolo emergencial para questões climáticas para as mulheres. A proposta será analisada e aperfeiçoada.
Ministra Cida Gonçalves e a secretária Denise Dau dialogam com o governador Eduardo Leite e o secretário de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Fabricio Guazzelli Peruchin, sobre o atendimento à população desabrigada no Rio Grande do Sul, em especial às mulheres. pic.twitter.com/fjQ75fcx8N
— Ministério das Mulheres (@mindasmulheres) May 12, 2024
“Esse é um protocolo que deve trazer as linhas e as diretrizes gerais, as pautas e as especificidades de todas as mulheres. Nós precisamos trabalhar a proposta a partir dos protocolos que a própria ONU já tem, a partir das tragédias que já aconteceram, seja no México, no Chile, no Haiti, iremos aproveitar a orientação da ONU com relação aos abrigamentos e com relação ao salvamento”, contextualizou a ministra.
Algumas pautas foram abordadas como a questão da violência, a questão do atendimento à saúde, principalmente as mulheres grávidas, o acompanhamento ao puerpério, e efetivamente a discussão sobre a ampliação dos recursos para as mulheres que estão nos abrigos, seja o Bolsa Família ou o BPC. Sobre as mulheres empreendedoras que perderam tudo, foi explicado que será elaborada uma estratégia a fim de atender a este público, como forma de apresentar uma alternativa de renda e sobrevivência.
Gonçalves também informou que o Ministério disponibilizará recursos próprios para atender as mulheres abrigadas, principalmente as que estão em risco de vida. Além disso, a pasta vai criar um Comitê Gestor de Crise para poder atender as mulheres gaúchas e as demandas que estão colocadas.
Abrigos exclusivos
Questionada sobre a possibilidade de ter abrigos exclusivos para mulheres e crianças, uma das pautas prioritárias no momento, a ministra afirmou que a prefeitura de Porto Alegre já tem algumas unidades específicas: “A discussão é fazer um debate sobre o que é o abrigo específico para as mulheres que estão em situação de violência, os abrigamentos que são para as mulheres em risco de vida e quais devem ser os cuidados a serem tomados. São vários procedimentos que precisam ser pensados e trabalhados. Nós temos várias iniciativas de pessoas ou de entidades da sociedade civil com abrigos exclusivos para as mulheres. E também contamos com o reforço da segurança, onde o governo federal vai colocar a Força Nacional de Segurança ajudando no reforço dos abrigos especificamente. Agora é importante a gente saber distinguir as diferenças de vários abrigos. Porque muitas vezes a mulher não quer se separar da família. Então é uma decisão que cabe à mulher. Não pode ser forçado pelo governo, seja federal, seja do estado ou quem quer que seja”, afirmou.
Uma comitiva do Ministério das Mulheres está hoje no Rio Grande do Sul para dialogar com autoridades e movimentos sociais neste período de fortes chuvas e tantas famílias desabrigadas. A ministra Cida Gonçalves se reuniu já na Base Aérea de Canoas com representantes da Prefeitura pic.twitter.com/cK5398smwR
— Ministério das Mulheres (@mindasmulheres) May 12, 2024
Canal do 180 exclusivo para as mulheres do RS
Desde ontem, 12,o Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher – está com um fluxo específico para receber denúncias de violência contra mulheres no Rio Grande do Sul, que serão encaminhadas ao Centro de Combate à Violência Doméstica do Ministério Público do estado.
O serviço também fornece informações sobre abrigos exclusivos para mulheres e crianças – criados após relatos de abusos feitos ao Ministério das Mulheres em reunião online com a ministra Cida Gonçalves na última terça-feira (7). As informações serão atualizadas de forma permanente com a equipe de atendimento. Na ligação pelo telefone, a opção para falar sobre o Rio Grande do Sul é a tecla 7.
Entregas de kits de emergência
O governo federal, com o apoio dos Correios, estará disponibilizando nos próximos dias, kits de emergência com absorventes e roupas íntimas para as mulheres e meninas, além de fraldas tanto para as crianças quanto para idosos. Até agora, o Ministério da Saúde já disponibilizou para as mulheres do Rio Grande do Sul, 695 caixas máster de absorventes, o que equivale a 41 mil pacotes com oito unidades, 333 mil tiras de absorventes, sendo 250 mil tiras de caixas, e 187 caixas máster de toalhas umedecidas, o que equivale a 106.888 pacotes com 50 toalhas.
O Brasil está unido pelo Rio Grande do Sul, e o Governo Federal não mede esforços para salvar vidas e auxiliar na reconstrução do estado.
Já está em ação uma força-tarefa para levar recursos essenciais para socorrer vítimas e cuidar das famílias gaúchas. pic.twitter.com/sHb4aIlSS7
— Governo do Brasil (@govbr) May 12, 2024
Da Redação Elas por Elas, com informações do Ministério das Mulheres e Agência GOV