Ministra Macaé Evaristo, uma trajetória de luta pelos direitos humanos

Com uma carreira dedicada à promoção da justiça e inclusão, Macaé é a escolha ideal para liderar o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania

Arquivo Pessoal/Facebook

Macaé Evaristo tem vasta biografia na defesa dos direitos humanos e no combate ao racismo estrutural

“Hoje convidei a deputada estadual Macaé Evaristo para assumir o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. Ela aceitou. Assinarei em breve sua nomeação. Seja bem-vinda e um ótimo trabalho”, divulgou o presidente Lula, na segunda-feira (9), no Instagram. O anúncio coroou a trajetória profissional e política de Macaé, iniciada nos anos 80 e forjada na luta em defesa dos direitos sociais, igualdade racial e inclusão educacional. Ela é a primeira mulher negra a ocupar esse cargo no governo federal.

Nascida em 1965 em São Gonçalo do Pará (MG), Macaé começou sua trajetória profissional como professora na rede municipal de Belo Horizonte, aos 19 anos. Sua formação em serviço social, complementada por mestrado e doutorado em educação, deu a ela ferramentas que a ajudaram a se consolidar como uma figura proeminente na luta pela transformação da realidade dos menos favorecidos por meio do ensino.

Sua nomeação foi recebida com entusiasmo por movimentos sociais e personalidades políticas. Gleisi Hoffmann, presidenta do PT, saudou sua chegada ao governo: “Com Macaé Evaristo, do PT de Minas, no Ministério dos Direitos Humanos, o presidente Lula nomeia uma mulher negra, combativa, com história de lutas e realizações na defesa da educação e dos direitos humanos, das crianças e adolescentes. Sucesso, companheira Macaé”.

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Pioneirismo e engajamento

Macaé Evaristo foi também a primeira mulher negra a ocupar os cargos de secretária municipal de educação de Belo Horizonte (2005 a 2012), e secretária estadual de educação de Minas Gerais (2015 a 2018), onde reforçou seu compromisso com a criação de escolas de tempo integral e com a inclusão de colégios indígenas no currículo estadual. 

Essas experiências foram fundamentais para seu posto na secretaria de educação continuada, alfabetização, diversidade e inclusão do Ministério da Educação, durante o governo Dilma Rousseff. Nesse período, foi fervorosa defensora das cotas para estudantes de escolas públicas, negros e indígenas nas universidades, um marco na democratização do ensino superior no Brasil.

A eleição de Macaé como deputada estadual e sua participação no governo de transição de Lula, em 2022, destacaram seu papel na formulação de políticas públicas voltadas para a educação e a inclusão. A nova ministra sempre enfatizou a importância do aprendizado como um veículo de transformação social e um direito fundamental, indispensável para o avanço de uma sociedade mais justa e equitativa.

Agora, ministra

Agora sob a liderança de Macaé Evaristo, o ministério dos direitos humanos e da cidadania tem muito a ganhar com sua visão e experiência. Ela já sinalizou suas prioridades para a pasta, como o enfrentamento da violência sexual contra crianças, a garantia do bem-estar das pessoas idosas e o suporte à população em situação de rua.

Em um momento em que o debate sobre sobre equidade e inclusão está em evidência, a escolha de Macaé para o ministério é uma aposta certeira em uma liderança que combina sabedoria prática e profunda compreensão das questões sociais. A nova ministra é uma voz forte na defesa da justiça social, com um grande legado de realizações e um compromisso inabalável com a transformação positiva da sociedade.

Construção de um Brasil mais justo

Enquanto vozes reacionárias tentam desqualificar sua nomeação, é necessário reconhecer a grandeza da trajetória de Macaé Evaristo. Com toda a sua experiência na luta política, ela está pronta para enfrentar os desafios que a aguardam e ajudar na construção de um Brasil melhor.

Sua biografia no site da Assembleia Legislativa mineira diz que ela “tem orgulho de sua ancestralidade e pretende seguir lutando contra o racismo estrutural e a favor de políticas públicas voltadas para a diversidade e a inclusão das mulheres e minorias”. O texto foi redigido por Conceição Evaristo, sua prima e uma das maiores escritoras do país. A declaração contundente reflete não apenas os valores de Macaé Evaristo, mas também o profundo compromisso com a construção de um legado que honra suas raízes e busca um futuro mais justo e inclusivo para todas e todos.

Da Redação

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