Ministro do Planejamento diz estar confiante na queda da inflação
Para 2017, o mercado já prevê uma inflação de 4,75% ao ano
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Em entrevista ao Jornal “O Globo”, publicada neste domingo (28), o ministro do Planejamento Nelson Barbosa disse que o governo está trabalhando para sair do déficit primário de 0,6% do PIB em 2014 para superávit de 2% em 2016. Além disso, ele reafirmou que o compromisso do governo é diminuir a meta da inflação. Segundo o ministro, o mercado prevê uma inflação de 4,75% em 2017.
“Estamos numa fase de transição, de construção das bases para um novo ciclo de expansão e isso inclui a adoção de algumas medidas que, apesar de impacto restritivo a curto prazo, são indispensáveis para viabilizar a recuperação do crescimento”, explicou Barbosa.
O ministro afirmou que o Ministério da Fazenda busca sempre novas medidas para reforçar o caixa e exemplo disso são as novas condições do Fundo de Incentivo ao Ensino Superior, o Fies.
Ele ressaltou que a retração econômica vem desde o segundo semestre de 2014 e teve esse impacto por conta da depreciação cambial e dos efeitos climáticos sobre o preço da energia. Porém, segundo o ministro, o realinhamento de preços tem primeiro um impacto restritivo e inflacionário, mas gera novas oportunidades de investimentos.
Nelson Barbosa comentou que é necessário paciência para as medidas do ajuste fiscal começarem a funcionar e que as expectativas de mercado indicam que no ano que vem a inflação irá diminuir.
“Mesmo com expectativa de redução do nível de atividade este ano, se projeta recuperação do crescimento da economia para o último trimestre. Estamos trabalhando para tentar antecipar isso. Esses esforços de reequilíbrio levam algum tempo, e acho que as pessoas entendem isso porque o Brasil sabe o quanto é importante manter a estabilidade fiscal e o controle da inflação”.
Sobre o Congresso estender aos beneficiários da previdência o reajuste do salário mínimo, Barbosa disse que a Medida Provisória ainda está em discussão e o governo vai trabalhar para reverter a mudança no Senado.
“Essa extensão coloca em risco a sustentação da Previdência e a política de valorização do salário mínimo. Em negociações trabalhistas com sindicatos, normalmente se adota uma regra para reajustes dos salários médios e outra para o piso salarial. Se for utilizar regra geral do piso para reajustar todos os benefícios, vai inviabilizar a regra do salário mínimo, ou colocar em risco a sustentação da Previdência”, explicou.
“Não se deve usar Previdência para disputa partidária. Previdência é uma questão de Estado, e as medidas de agora têm seus efeitos maiores em quatro, cinco, dez anos”, completou.
O ministro se mostrou confiante quanto a aprovação das contas do governo pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Segundo ele, os argumentos são sólidos e suficientes para garantir a aprovação das contas da presidenta Dilma no primeiro mandato.
“Esse é um debate técnico e extenso, e o governo está trabalhando em todos os aspectos dessas questões para esclarecer não só ao TCU, mas a toda a sociedade brasileira, que a política fiscal foi conduzida de uma maneira responsável e seguindo o que manda a lei”, defendeu.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do jornal “O Globo”