Moro segue usando cargo de juiz para perseguir Lula, diz Pimenta

Pimenta disse que a Lava Jato atuou como projeto político e partidário. “Se alguém tinha dúvida, a ida de Moro para o novo governo mostra isso”

Gustavo Bezerra

Paulo Pimenta

O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), manifestou hoje (12) apoio e solidariedade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva diante da sistemática perseguição promovida contra ele pelo juiz Sergio Moro, que o condenou sem provas e o transformou, desde o dia 7 de abril deste ano, no preso político mais conhecido em todo o mundo.

“Foi um processo eivado de absurdos que demonstra como setores do Judiciário têm sido usados para a prática de política eleitoral e partidária”, disse o líder, lembrando que Moro, antes mesmo da realização do segundo turno das eleições presidenciais, já havia aceitado o convite para ser ministro do governo do ultradireitista Jair Bolsonaro.

Segundo o líder, outra confirmação da parcialidade de Moro contra Lula é o fato de o juiz não ter pedido demissão do cargo, tirando férias para participar da montagem do governo Bolsonaro, mesmo contrariando a Lei da Magistratura. Com isso, segundo explicou Pimenta, Moro impede que o Tribunal Regional Federal da 4º Região designe seu sucessor. Na prática, o futuro ministro de Bolsonaro continua controlando os processos contra Lula na 13º Vara Federal de Curitiba.

Pimenta disse que a Operação Lava Jato, coordenada por Moro, sempre atuou como projeto político e partidário. “Se alguém tinha dúvida, a ida de Moro para o novo governo mostra isso”, observou o líder. A desfaçatez de Moro é tão grande que ele liberou trechos de delação do ex-ministro Antônio Palocci uma semana antes do primeiro turno da eleição, favorecendo diretamente Bolsonaro. Moro terá que responder ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por sua atuação política e partidária, em atendimento a representações ajuizadas no órgão, inclusive de parlamentares do PT na Câmara e no Senado.

O líder do PT também acusou Moro de manipular outros processos contra Lula, além do relacionado a um tríplex no Guarujá, que nunca pertenceu e nunca foi usado por Lula e sua família, mas mesmo assim serviu para condenar Lula com base em “atos indeterminados”, tese inexistente no direito brasileiro. Na quarta-feira (14), Lula será ouvido em Curitiba pela juíza Gabriela Hardt, substituta de Sergio Moro, sobre processo relacionado a um sítio em Atibaia (SP).

Para Pimenta, o caso do sítio é outro “absurdo” e teria que tramitar na Justiça no interior de São Paulo, pois não tem nada a ver com a Petrobras, o pivô da Lava Jato. Pimenta observou que diferentes testemunhas já isentaram Lula de qualquer irregularidade no caso do sítio de Atibaia. “Não há qualquer prova contra Lula, o que há é a necessidade permanente de Moro de atacar a honra do ex-presidente e desconstruir sua trajetória política”, denunciou o líder do PT.

Por PT na Câmara

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