Movimento Brasil Livre deixou cair a máscara, declara Paulo Pimenta

Negociações com partidos de direita para candidaturas de integrantes do movimento que se dizia apartidário mostra os reais interesses e financiadores de suas ações contra o governo

O Movimento Brasil Livre (MBL), que afirma em suas redes sociais ser apartidário a ponto de não permitir que políticos subam em seus palanques durante protestos de rua, debate com partidos políticos a candidatura de alguns de seus integrantes nas eleições de 2016.

De acordo com matéria publicada nesta terça-feira (29) pela Agência Estado, o PSC e o DEM são os partidos cotados para a filiação dos integrantes do MBL.

No entanto, em uma das mobilizações de rua, eles expulsaram o ex-candidato à Presidência, pastor Everaldo (PSC).

“Foi um lapso da assessoria. Nós não permitimos que políticos subam no palanque”, disse um dos líderes do MBL, Rubens Nunes Filho, à Revista Época, em abril deste ano.

“Nós o cumprimentamos, mas pedimos para que se retirasse por conta do nosso apartidarismo”, acrescentou.

O MBL é uma das três principais entidades que organizam protestos pela destituição da presidenta Dilma Rousseff.

Para o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), o MBL sempre manteve relações com partidos de direita. “Cai a máscara. Revela-se a relação que já suspeitávamos existir, que era o financiamento dessas ações ditas apartidárias por partidos de oposição”, critica.

“Isso desmascara pessoas que mostram neutralidade e que mostra que o movimento é uma ferramenta de mobilizar a opinião por parte da oposição”, complementou.

Segundo a matéria, o grupo já está incentivando suas lideranças locais a filiarem-se e criou um manual para a criação de novas filiais. A previsão é lançar cinco a dez candidatos a prefeito e a vice, além de aproximadamente 200 candidatos a vereadores.

A filiação de representantes do movimento “apartidário” não é a única incoerência. O MBL escolheu partidos que, como o PT, receberam em 2010 e em 2014 recursos das empreiteiras envolvidas no escândalo da Lava-Jato.

Levantamento do Congresso em Foco mostrou que o PSDB recebeu quase R$ 166 milhões; o DEM, R$ 26,2 milhões; o PPS, R$ 6,2 milhões; e o PSC, R$ 6,1 milhões. As legendas também tiveram candidatos barrados pela Ficha Suja em 2014.

Um dos três principais líderes do MBL, Fernando Holiday, de 19 anos, estuda candidatar-se a vereador em São Paulo pelo DEM. O partido já se envolveu em diversos escândalos de corrupção, como o que resultou na destruição e prisão do ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda (ex-DEM), em 2010.

Por Cristina Sena, da Agência PT de Notícias

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