Movimentos ocupam a Câmara em defesa dos royalties do pré-sal para a educação
Ato aconteceu na tarde desta terça-feira (11), na Câmara dos Deputados, e contou com a presença de diversas entidades do setor educacional e sindical, além de parlamentares
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A Câmara dos Deputados foi o local escolhido, nesta terça-feira (11), Dia do Estudante, para um ato organizado pelos movimentos sociais em defesa da educação e da Petrobras.
Além de pedir que os recursos do pré-sal sejam destinados para a educação, a manifestação também se posicionou contra o projeto PL131/2015, do senador José Serra (PSDB – SP), que visa mudar o modelo de exploração do pré-sal e tirar a Petrobras como operadora única.
O ato, que reuniu diversas entidades do setor educacional e sindical, foi organizado pela Frente Parlamentar Mista em Defesa da Petrobras, em conjunto com a União Nacional dos Estudantes (UNE), Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Central Única dos Trabalhadores (CUT), funcionários da Petrobras e a Federação Única dos Petroleiros (FUP).
Para o coordenador da FUP, José Maria Rangel, a união entre os movimentos sociais da educação, do campo, dos metalúrgicos, entre outros, garante a capacidade das mobilizações para barrar o PLS 131/15 de autoria do senador José Serra (PSDB-SP), que retira da Petrobras a condição de operadora única do pré-sal.
“Não descartamos uma greve mais intensa nos próximos períodos, para defender não apenas a lei da partilha, mas a retomada dos investimentos da Petrobras”, alertou o dirigente.
Durante o ato, o senador Lindbergh Farias apresentou dados de uma pesquisa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), que dão conta que o pré-sal pode produzir 176 bilhões de barris de petróleo. De acordo com Lindbergh, considerando o valor de US$ 65 o barril, o Brasil teria uma receita de US$ 12 trilhões.
Na avaliação de Lindbergh, somente a mobilização dos movimentos sociais será capaz de barrar “esse atentado contra a soberania do País”. De acordo com o senador, foi a presença dos petroleiros uniformizados no Senado que convenceu 60 senadores a retirar o pedido de urgência do PLS 131/15.
“Sem a presença dos companheiros da FUP no senado, não tínhamos conseguido convencer senadores que vacilam sobre a proposta”, ressalta Lindbergh.
A senadora Fátima Bezerra (PT-RN), que também participou do ato, afirmou que é preciso sair em defesa da Petrobras para, consequentemente, defender o Plano Nacional de Educação (PNE), que instituiu, em 2013, a destinação de 75% dos royalties do petróleo e 50% do Fundo Social do pré-sal para a área da Educação.
“E isso é fundamental para financiar o PNE e construir mais uma década de conquistas e avanços para a educação brasileira. Por isso que essa mobilização é necessária”, destaca a senadora.
A presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral, cobrou que Serra dê explicações sobre a mudança de atitude em relação à educação, desde quando foi presidente da UNE e defendeu o monopólio estatal da Petrobras, e agora age como “privatizador do petróleo”.
“É um retrocesso para a soberania do País. A gente acha que essa mudança tem interesse econômico e político e não vai deixar que a Petrobras seja instrumentalizada pela direita, por aqueles que querem entregar as nossas riquezas”, afirmou a presidenta.
Por Guilherme Ferreira, da Agência PT de Notícias