Mulheres do PT debatem chacinas e feminicídios antes da Marcha

Encontro organizado pela FPA, PT, PSOL e secretarias nacionais apresentou pesquisa sobre violência, gênero e segurança pública na véspera da 2ª Marcha

Comunicação Elas por Elas

A pesquisadora da FPA, Bárbara Martins, e a secretária adjunta do Combate ao Racismo, Janaína Fernandes

 

Na véspera da 2ª Marcha Nacional das Mulheres Negras, a Fundação Perseu Abramo (FPA) e as Secretarias Nacionais de Mulheres e de Combate ao Racismo realizaram, na noite de ontem (24), na sede nacional do PT, o Encontro das Mulheres do PT em Marcha.

A atividade marcou a apresentação da pesquisa “Chacinas e Feminicídios”, produzida no âmbito do projeto Reconexão Periferia, realizado pela FPA. O encontro também teve como objetivo organizar as companheiras para o grande ato que ocorre hoje (25).

A pesquisa analisou os casos das chacinas de Realengo e de Campinas e o perfil das vítimas da violência nos conflitos. O estudo é construído entrelaçando o histórico de vítimas de operações policiais que culminaram em massacres; ataques a escolas — notáveis pela maior presença de mulheres entre as vítimas —; matanças em presídios; ou mesmo vítimas de “conflitos” entre polícia e tráfico, entre grupos de tráfico e entre tráfico e milícia.

A pesquisadora da Fundação, Bárbara Martins, contextualizou os cenários sociais que permearam a realização dos estudos. Ela explicou que as chacinas têm tipologias específicas e que, de diversas formas, o policiamento ofensivo contra a população negra e periférica é uma das grandes características que atravessam as chacinas e as mortes.

Em sua avaliação, Martins destacou que o feminicídio é uma forma de política da morte no Brasil, motivada pela misoginia e pela violência de gênero. “O feminicídio — como tipologia de chacina — é um achado nas pesquisas. A violência de gênero é um dos grandes pilares do conceito ideológico que segrega, proíbe e vitimiza, e que se caracteriza como um discurso de extrema direita. A gente coloca que a segurança pública é um meio no qual há uma disputa ideológica, e que a extrema direita tem se colocado muito bem”, disse.

Ela também alertou para o cenário de disputas no campo da segurança pública, que precisa ser melhor compreendido e ocupado pelo campo progressista: “Temos um desafio muito grande, mas precisamos recalcular a rota para ganhar a disputa da pauta da segurança pública, porque temos um projeto político para caminhar. Se não rediscutirmos esse projeto, ainda teremos nossos jovens negros vitimados”, alertou a pesquisadora.

Participaram ainda a secretária nacional de Juventude, Nádia Garcia; a secretária nacional de Cultura, Vivi Farias; o secretário nacional de Combate ao Racismo, Martvs Chagas; a secretária adjunta, Janaína Fernandes; representantes do Fórum Nacional de Mulheres Negras; parlamentares e lideranças estaduais.

Da Redação do Elas por Elas

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