Na ONU, Dilma defende reforma no Conselho de Segurança para combater o terrorismo
Durante discurso na abertura da 70ª Assembleia Geral da ONU, presidenta Dilma Rousseff afirma que é absurdo impedir o livre trânsito de refugiados. Ela também saiu em defesa da criação de um Estado palestino
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A presidenta Dilma Rousseff abriu a 70ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) nesta segunda-feira (28), com a defesa da Reforma do Conselho de Segurança.
“Para dar à ONU a centralidade que lhe corresponde, é fundamental a reforma abrangente de suas estruturas, ampliar a quantidade de membros permanentes e não permanentes do Conselho de Segurança para torná-lo mais representativo e eficaz”, defendeu a presidenta.
Na avaliação de Dilma, em sete décadas de existência, a ONU foi exitosa ao tratar de temas como direitos femininos e de combate ao racismo. No entanto, a organização não “conseguiu o mesmo êxito” em suas ações e debates sobre segurança coletiva, “que esteve no centro de suas discussões”.
Como exemplo, Dilma citou a expansão do terrorismo, que expulsa populações de seus territórios e aumenta a quantidade de pedidos de refúgio, sobretudo em países europeus. “Em um mundo onde circulam livremente mercadorias, capitais, informações e ideias, é absurdo impedir o livre trânsito de pessoas”, avaliou.
A presidenta defendeu “ações inequívocas” para evitar que mais pessoas morram na tentativa de sair de territórios devastados por conflitos armados. Ela voltou a afirmar que o Brasil é um “país de acolhimento, formado por refugiados”. Sob aplausos, Dilma disse que a nação está “de braços abertos” para receber esses povos.
“Somos um país multiétnico, que convive com as diferenças e sabe a importância delas para nos tornar mais fortes, mais ricos, mais diversos”, ressaltou.
Para a presidenta, o mundo precisa que a ONU seja capaz de fomentar a “paz sustentável”. Dilma falou que não se pode postergar a criação de um Estado palestino que conviva pacificamente com Israel e, novamente, foi aplaudida.
Ainda durante o discurso, Dilma elogiou, mais uma vez, o restabelecimento das relações diplomáticas entre Cuba e Estados Unidos e defendeu o fim do embargo econômico ao país latino-americano. Ela disse celebrar também o recente acordo que permite ao Irã desenvolver energia nuclear para fins pacíficos e “devolver a esperança de paz para toda a região”.
Mudanças climáticas – Sobre as metas de redução de gases do efeito estufa, anunciadas no domingo (27), a presidenta reafirmou que o País tem feito um grande esforço sem comprometer o desenvolvimento.
“Continuamos diversificando as fontes renováveis, estamos investindo em agricultura de baixo carbono, reduzimos em 82% o desmatamento da Amazônia”, exemplificou.
O Brasil, de acordo com a presidenta, é um dos poucos países em desenvolvimento a assumir metas absolutas de reduções e com preocupação em preservar direitos de populações tradicionais, dos mais vulneráveis economicamente e das mulheres.
Em relação à cooperação sul-sul para o desenvolvimento, a presidenta afirmou que o Banco do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) vai colaborar com o apoio a projetos de desenvolvimento sustentável.
Por Cristina Sena, da Agência PT de Notícias