‘Não há qualquer restrição de viagens ao Brasil’, garante ministro do Turismo
“O Brasil está travando uma guerra contra o Aedes aegypti e o envolvimento de todos é fundamental para o País sair vitorioso”, diz Henrique Eduardo Alves
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O ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, destaca que não é necessária medida restritiva de viagem para o Brasil. Segundo ele, esse posicionamento foi tomado pelo Ministério da Saúde brasileiro, em consonância com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo o ministro, além do cuidado especial com as gestantes, não há qualquer outra restrição de viagens ao País por causa do vírus Zika.
“Especificamente para as grávidas, a recomendação geral dos especialistas em saúde do viajante é que, independentemente do destino ou motivo, as gestantes devem consultar o seu médico antes de viajar. Mas também nesses casos, não há restrição de viagens”, disse o ministro, em entrevista à Agência de Notícias do Turismo (ANT).
Nesta última quinta-feira (4), o ministro enviou um apelo a secretários estaduais e municipais de Turismo para que todos ajudem no combate ao Aedes aegypti, transmissor de zika vírus, dengue e febre chikungunya. “O Brasil está travando uma guerra contra o Aedes aegypti e o envolvimento de todos é fundamental para o país sair vitorioso. Por isso, estamos conclamando gestores, profissionais do setor, entidades e todos que possam nos ajudar a multiplicar as ações de enfrentamento ao mosquito”, disse.
Os gestores serão alertados, ainda, sobre os cuidados com canteiros de obras de infraestrutura turísticas, realizadas por meio de convênios com o Ministério do Turismo. “Hoje temos mais de 4 mil obras ativas no país. Nossa preocupação é para que todos cuidem desses espaços para que não virem criadouros do vetor. Queremos alertar a todos os gestores, para que eles, o setor de construção, e os próprios operários, que estão na ponta, se mobilizem para enfrentar esse que é um inimigo único”, concluiu Alves.
Além do comunicado aos gestores, o Ministério do Turismo está desenvolvendo uma série de medidas de sensibilização da sociedade, empresários e todas as esferas de governo. Confira abaixo a entrevista do ministro à Agência de Notícias do Turismo (ANT), na qual ele fala sobre a participação da Pasta no comitê interministerial de enfrentamento do mosquito, sobre as ações que estão sendo realizadas pelo Ministério e os esclarecimentos do Turismo a respeito de viagens.
ANT – Ministro, qual a importância do engajamento do Turismo nas ações de prevenção e combate a focos do mosquito Aedes aegypti?
Henrique Eduardo Alves -O Ministério do Turismo participa do Grupo Estratégico Interministerial de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional e Internacional desde dezembro de 2015. Desde então, temos trabalhado na disseminação de informações corretas e na divulgação de dicas para o combate ao mosquito
Esta semana, a presidenta Dilma Rousseff convocou todos os seus ministros e exigiu de cada um uma ação enérgica, imediata e consistente. Essa luta envolve o governo e a sociedade, que precisam estar juntos contra o mosquito.
No Turismo, temos uma grande responsabilidade. Além de fazer nosso dever de casa, com a realização de faxinas periódicas em nossos prédios, temos trabalhado para alertar gestores e o setor para que todos se envolvam nessa luta. Com o Carnaval e os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, mais adiante, teremos períodos de grande fluxo turístico no país. Precisamos alertar os visitantes que, ao saírem de casa para viajar, não deixem que suas residências virem criadouros para os mosquitos. E também em seus destinos, que adotem medidas de prevenção, como o uso de repelentes.
ANT – Há alguma orientação do Ministério do Turismo em relação ao segmento, no sentido de estimular a adoção de cuidados?
Henrique Eduardo Alves – Tem, e é talvez uma das mais importantes medidas que podemos tomar. O Ministério orienta que meios de hospedagem, bares, restaurantes, operadoras de viagem, guias, secretarias de Turismo e demais atores do setor ajudem no combate ao inseto.
Enviamos recomendações claras e simples, de cuidados a mais de 56 mil contatos do Cadastur e pedimos que estes também orientem seus colaboradores a seguirem essas informações. Uma grande rede de comunicação, de ação em favor da saúde pública.
ANT – Ministro, em relação ao trânsito de turistas no Brasil, há alguma recomendação específica sobre viagens?
Henrique Eduardo Alves – Esta é uma pergunta muito importante. Em um momento de emergência de saúde pública, o Ministério da Saúde brasileiro, em consonância com a Organização Mundial da Saúde (OMS), afirmou que não é necessária medida restritiva de viagem para o Brasil, além do cuidado especial com as gestantes, ao vírus Zika.
Logo após o comunicado da OMS, a Organização Mundial do Turismo emitiu uma nota reforçando as orientações do organismo internacional de saúde. Segundo a OMT, algumas medidas deveriam ser observadas, como a ampla divulgação de informações sobre medidas de prevenção e riscos de se expor a mordida do mosquito.
ANT – A mesma recomendação também serve para grávidas?
Henrique Eduardo Alves – Especificamente para as grávidas, a recomendação geral dos especialistas em saúde do viajante é que, independentemente do destino ou motivo, as gestantes devem consultar o seu médico antes de viajar. Mas também nesses casos, não há restrição de viagens.
ANT – E para viagens dentro do país, existe algum tipo de restrição para alguma determinada região? O Ministério possui alguma pesquisa que revele algum impacto no Turismo em decorrência do vírus zika?
Henrique Eduardo Alves – Volto a afirmar, não existe nenhuma restrição de viagens para o Brasil. Sobre ter uma região específica que deveria haver restrição, o próprio Ministério da Saúde já informou que o vírus já circula em todo o país, ou seja, toda a população brasileira deve se sensibilizar e entrar nessa mobilização nacional de combate ao mosquito.
Nossas pesquisas de intenção de viagem, realizadas mensalmente em sete capitais brasileiras, apontam uma motivação crescente de viagens domésticas. O último dado, divulgado em janeiro, revela que 86% dos brasileiros que pretendem viajar nos próximos seis meses, o farão dentro do País.