Negativo e conservador, diz Verri sobre relatório da reforma política

Texto mantém financiamento privado das eleições e propõe Distritão. Para petistas, relatório não colabora para o avanço do processo democrático no país e não atende clamor da população

Para o deputado Enio Verri (PT-PR), o relatório da comissão especial que trata da Reforma Política, apresentado nesta semana, é “negativo e conservador”.

“Elaborado sem a participação popular, o relatório acaba com conquistas históricas dos brasileiros. Mantém o financiamento privado, prioriza o indivíduo em vez de partidos e segmentos da sociedade e, ainda, reduz a participação das mulheres na política”, criticou Verri, na tribuna da Câmara dos Deputados.

“Ao contrário da expectativa da população, o novo sistema eleitoral, se aprovado, irá consolidar uma elite política e econômica no poder, enfraquecendo os representantes de setores marginalizados”, completou o deputado petista.

Na avaliação do deputado Caetano (PT-BA), o relatório é “uma aberração” e não atende o clamor popular por transformação.

“O texto mantém o financiamento privado das eleições, uma eleição de dois anos para prefeito e vereador, o que quebra mais ainda os municípios e mantém e coloca uma cláusula de barreiras no sentido de prejudicar os partidos pequenos e as minorias, e traz o Distritão, que só vai beneficiar os deputados e os vereadores bilionários deste País que tenham recursos para fazer as suas eleições”, explicou.

O deputado Marcon (PT-RS) acredita que o relatório não colabora para o avanço do processo democrático no país.

“Aquilo que é bom para o povo brasileiro foi deixado de lado. A questão do fim do financiamento de campanhas por empresas privadas — que é quem financia hoje uma boa parte dos políticos e que é fonte de corrupção — este fator vai continuar e ainda com financiamento privado e público. Eu apoio o financiamento público”, disse.

Sobre o Distritão, Marcon disse que a medida não fortalece os partidos, pois seriam eleitos os candidatos mais votados nos estados e no Distrito Federal, , que seriam entendidos como circunscrições eleitorais, ou seja, não seriam divididos em distritos.

O Distritão aplicaria sistema seria semelhante ao do voto majoritário – usado para cargos do Executivo e para o Senado -, só que para deputados federais, estaduais e vereadores.

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações de Gizele Benitz, do PT na Câmara

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