New York Times: Impeachment de Dilma é punição desproporcional
Em editorial, o jornal reforçou que não pesa nenhuma acusação de corrupção ou enriquecimento pessoal sobre Dilma, ao contrário de seus julgadores
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Em editorial publicado nesta sexta-feira (13), o principal jornal dos Estados Unidos, “The New York Times“, afirmou que o impeachment da presidenta eleita Dilma Rousseff é uma punição desproporcional para uma política que, ao contrário de seus julgadores, não enfrenta acusações de corrupção ou favorecimento pessoal.
O jornal lembrou que a presidenta denunciou que sofre um golpe, horas após a decisão do Senado Federal de admitir o processo. “Não há nenhuma evidência que ela abusou do poder para ganho pessoal, enquanto os políticos que orquestraram sua saída estão implicados em diversos escândalos”, afirmou o texto.
O jornal lembra o caso de Eduardo Cunha, afastado da presidência da Câmara pelo Supremo Tribunal Federal por ter usado o cargo para atrapalhar investigações contra ele. E Michel Temer pode ficar inelegível por 8 anos por ter sido enquadrado na Lei da Ficha Limpa.
Para o NYT, os esforços para tirar Dilma do poder tem mais a ver com o fato da presidenta não ter tentando obstruir as investigações da Operação Lava-Jato. O jornal considera que o afastamento de Dilma pode facilitar o retorno de velhas práticas condenáveis.
Segundo o texto, a crise política está abalando a confiança na democracia brasileira. “Os senadores que pediram o afastamento de Dilma deveriam lembrar que ela foi eleita duas vezes e que o Partido dos Trabalhadores tem um apoio considerável da população, sobretudo entre os milhões de brasileiros que ascenderam socialmente”, diz o editorial.
Da Redação da Agência PT de Notícias