No México, Dilma quer reduzir barreiras e garantir investimentos

Serão assinados acordos para facilitar investimentos. Há possibilidade da Petrobras e a estatal Petróleos Mexicanos (Pemex) atuarem de forma conjunta em empreendimentos comuns

A presidenta Dilma Rousseff embarcou para o México nesta terça-feira (26) com o objetivo estabelecer acordos com o presidente mexicano Peña Nieto, que promovam o comércio e fortaleçam a economia entre os países. Na pauta, a redução das barreiras aos produtos brasileiros e a expansão econômica.

O Brasil é o país que mais recebe investimentos mexicanos no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, enquanto o México é o quarto maior investidor do Brasil, atrás da União Europeia, Estados Unidos e Japão.

De acordo com o embaixador Antônio Simões, subsecretário-geral da América do Sul, Central e Caribe do Itamaraty, a economia brasileira já recebeu cerca de U$ 23 bilhões em investimentos mexicanos. Entre os setores beneficiados estão a produção industrial, alimentícia, bebidas, telecomunicações e automotivo. Já as empresas brasileiras investem US$ 2 bilhões anuais no México.

“A realidade é que são as duas maiores economias da América Latina que devem, portanto, trabalhar mais em conjunto”, afirmou o embaixador, em coletiva de imprensa na sexta-feira (22), no Itamaraty.

O setor automotivo, representa quase a metade do comércio total, entre Brasil e México. Em maio do ano passado, foi renovado por mais quatro anos o acordo Brasil-México, que prevê que cada país exporte para o outro até US$ 1,56 bilhão, sem o pagamento de imposto de importação, durante 12 meses. Após esse período, subirá 3% a cada ano.

A presidenta Dilma Rousseff declarou ao jornal mexicano “La Jornada”, em entrevista publicada no último domingo (24), que o acordo foi um passo importante. “É um passo que mostra que é possível fazer um acordo e os dois países ganharem”, disse, ao reiterar que as duas economias não são concorrentes.

“Nós não somos isso. Somos economias complementares. O México tem o segundo maior mercado, nós temos o primeiro maior mercado (da América Latina). Daí porque é uma vantagem para nós que o México possa exercer a sua atividade comercial de investimento no Brasil e vice-versa”declarou.

Investimentos – Pela primeira vez será assinado entre Brasil e um país latino-americano um acordo de cooperação para facilitar os investimentos entre os países. A possibilidade da Petrobras e a estatal Petróleos Mexicanos (Pemex), atuarem de forma conjunta em investimentos comuns e também na cadeia de fornecedores, especialmente na área naval foi sinalizada pela presidenta.

“Nós veríamos com imensa simpatia. Afinal de contas, a Pemex é uma das maiores national oil companies do mundo. A Pemex é uma empresa absolutamente conceituada, por trás dela está o povo do México”, disse.

As ações conjuntas na área da indústria de equipamentos e na cadeia de óleo e gás também fortalecerá a economia. A presidenta ressaltou que para o Brasil a cooperação é interessante. “No Brasil, nós estamos fazendo estaleiros em um mercado que é demandante, porque temos de explorar o pré-sal”, declarou.

A presidenta deve participar de um seminário no México, que reunirá empresários brasileiros e mexicanos. O setor privado brasileiro quer mais facilidades para exportação no país, além de buscar soluções para as barreiras comerciais impostas pelo México.

Na área de turismo deve ser assinado um memorando de cooperação turística e um de facilitação de transporte aéreo. O México retem cerca de 15% do turismo internacional, é o principal destino turístico da América Latina.

Bolsa Família é referência – O México lançou recentemente um programa com algumas características ao Bolsa Família. A presidenta Dilma Rousseff, destacou o empenho comum dos países com objetivo de reduzir a fome.

“Essas convergências se manifestam tanto no âmbito regional, por exemplo no âmbito da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), como também no campo global, em iniciativas, por exemplo, na luta contra a fome”disse.

Recepção no México – Durante a visita ao México, a presidenta Dilma vai ao no Altar da Pátria construído em 1952, ele fica no parque de Chapultepec, onde ela vai fazer uma breve reverência e ofertar um arranjo floral.

No local os hinos nacionais brasileiro e mexicano serão executados, haverá salva de tiros, executada por integrantes do exército do país anfitrião, como forma de honra militar à presidenta.

Depois, Dilma será recebida pelo presidente Peña Nieto na sede do Poder Executivo – o Palácio Nacional. Ocorrerá revista às tropas, como uma demonstração de confiança à presidenta Dilma, cumprimento das delegações dos dois países, reuniões de trabalho e um almoço oferecido pelo presidente mexicano.

No dia (27), a presidenta receberá uma homenagem do Poder Legislativo no Senado mexicano, encerrando assim os principais ritos cerimoniais da visita.

Por Michelle Chiappa, da Agência PT de Notícias

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