No Recife, militância faz a diferença na campanha de João Paulo

A força da militância petista sempre fez a diferença nas campanhas eleitorais. Este ano no Recife (PE), um grupo de jovens está mostrando isso na prática, unindo mobilização de rua com engajamento digital.

Amigos de infância, Luiz Fernando, 19 anos, e Daniel Francisco, 17 anos, sentiram a necessidade de reunir e mobilizar as pessoas que querem João Paulo (PT) de novo como prefeito da cidade. Para isso, tiveram a ideia de criar um grupo no WhatsApp.

Em outro ponto da cidade, Marcos Pessoa, 29 anos, e Carlos Cleiton, 27, também queriam um espaço virtual para disseminar as informações da campanha com a militância. Resolveram, então, criar uma página no Facebook.

Os quatro jovens enfim se conheceram e decidiram juntar forças. Assim surgiu a página no Facebook ‘Sou Mais João Paulo’ e o grupo no WhatsApp que leva o mesmo nome.

“A gente queria ajudar João Paulo, até porque estamos insatisfeitos com Geraldo Julio, o atual prefeito. E a forma como a gente pensou foi criando essa página, para movimentar e mobilizar usando a internet”, conta Marcos, que trabalha na área de informática.

Ele explica que o intuito é fazer o nome de João Paulo chegar mais longe, “mais perto das comunidades, mais perto dos jovens”, onde a campanha oficial, às vezes, não consegue alcançar pelo curto período eleitoral.

“A página está crescendo fruto da força da militância mesmo, do boca a boca. A gente pede aos amigos, à namorada, à esposa”, comemora Cleiton.

Mas os quatro garantem que a atuação não fica apenas no mundo virtual.

“Nós também vamos aos atos e agendas da campanha, para dialogar com as pessoas. Usamos as redes para mobilizar para os atos, e também fazemos as nossas próprias agendas de campanha”, afirma Marcos.

Petistas de coração

Cada um tem sua própria história com o Partido dos Trabalhadores. Uns mais próximos, como Luiz Fernando.

“Eu sou petista desde pequeno. Eu tenho um vizinho que também é petista e eu sempre ia com ele, quando era criança, para as campanhas do PT”, lembra.

Luiz conta que em 2010, sua casa era repleta de bandeiras e panfletos da então candidata Dilma Rousseff.

“Em 2014 também. Eu ia aos comícios. Tudo que tinha Dilma aqui no Recife eu ia. Minha mãe me chama de doido, porque eu sou louco pelo PT”, brinca.

O amigo de infância, Daniel, diz que o carinho pelo PT quem lhe ensinou foi seu avô, que o levava para votar, mesmo quando ainda não tinha idade para isso.

“Eu já votava no PT antes de poder votar de verdade. E meu primeiro voto vai ser no PT, vai ser em João Paulo”, garante.

Para Marcos, a relação com o PT está no sangue. “Minha família sempre foi PT, pelo histórico do Partido dos Trabalhadores desde o começo. Eu já tenho uma tradição com o PT”.

Já a aproximação de Cleiton com o partido foi diferente.

“Nunca tive relação partidária. Mas de um tempo para cá, a partir das eleições de Lula e de João Paulo, eu fui vendo que as coisas melhoram muito para o lado dos pobres”, afirma.

Críticas à atual gestão

Apesar das diferentes relações com o PT, todos são unânimes nas críticas à atual gestão do prefeito Geraldo Julio (PSB).

Estudante de escola municipal, Daniel vivencia o abandono da educação com essa prefeitura.

“As gestões do PT colocaram computadores nas bibliotecas das escolas para os alunos. Geraldo Julio tirou. Hoje temos escola com teto caindo, com maribondo na sala, com merenda de péssima qualidade. Na minha escola ter tapuru dentro da merenda. O descaso com a educação está muito grande”, reclama Daniel.

Segundo ele, a atual gestão não repassou os recursos para o piso salarial dos professores e ainda reduziu em 15% a merenda dos alunos.

“Pra onde foi esse dinheiro? Todo mundo se pergunta e ninguém sabe”, declara.

As mudanças na gestão municipal foram testemunhadas por Marcos, que trabalha na Prefeitura do Recife desde a gestão de João Paulo.

“Em relação a todos os prefeitos que passaram lá, Geraldo Julio fez muita barbaridade nessa prefeitura”, enfatiza.

Morador do Morro da Conceição, Cleiton sabe muito bem dos benefícios que João Paulo fez nas áreas de morros da cidade. Hoje, porém, não há mais assistência e as mortes por deslizamento de barreiras voltaram a acontecer.

“João Paulo cuidou muito das barreiras nos morros. Como dizia na segunda gestão dele: ‘a grande obra é cuidar das pessoas’. Geraldo Julio não está cuidando da gente”, completa Luiz Fernando.

Por Luana Spinillo, do Recife, para a Agência PT de Notícias