Nota de solidariedade a Gaudêncio Fidelis
Demonstramos nossa indignação e nosso apoio irrestrito ao curador da exposição do Queermuseu e à arte e à cultura brasileira
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São alarmantes os sinais de avanço da perseguição à arte, aos artistas e à cultura brasileira. Ontem, o STF, através de decisão do Ministro Alexandre de Moraes, confirmou a despropositada condução coercitiva de Gaudêncio Fidelis, curador da exposição Queermuseu, para prestar depoimento na CPI dos Maus Tratos à Crianças e Adolescentes, comandada pelo Senador Magno Malta.
Inexplicavelmente, Alexandre de Moraes indeferiu o pedido de habeas corpus solicitado por Gaudêncio Fidelis. Com isso, confirma-se mais um passo no acelerado processo de criminalização da atividade artística em curso no país.
Tratar um curador de arte como um criminoso demonstra o avanço dos ataques aos direitos democráticos às esferas da liberdade de expressão e produção artística. O STF que fechou os olhos e compactuou com o golpe, agora, com um ministro indicado pelo golpista Temer, renova seu desprezo democrático permitindo que os artistas brasileiros sejam atacados em seus direitos mais básicos, como os de livre pensar e produzir artisticamente.
Demonstramos nossa indignação e nosso apoio irrestrito ao Gaudêncio Fidelis e à arte e à cultura brasileira. Como já afirmou o curador, a pedofilia e os maus tratos às crianças não acontecem nos museus. A arte produz cidadania crítica e reforça a sensibilidade humana. Lutaremos em defesa da arte, da cultura, dos artistas e da democracia brasileira.
19 de novembro de 2017.
Comissão Executiva Nacional do Partido dos trabalhadores