Greve Geral: novas categorias prometem parar em todo o Brasil

Centenas de categorias profissionais irão parar em todos os estados brasileiros contra o desmonte da Previdência e a destruição da CLT

Brasil vai parar contra o desmonte da Previdência e a reforma trabalhista

Esta sexta-feira 28 de abril é dia de Greve Geral. Em todos os estados brasileiros, trabalhadores de centenas de categorias profissionais vão paralisar. Entre elas, servidores públicos estaduais e federais, metroviários, condutores, bancários, metalúrgicos, professores, petroleiros, aeroviários e aeronautas, funcionários dos Correios, da construção civil, do comércio e da saúde.

Setores expressivos que não aderiram às últimas paralisações vão participar na sexta-feira, aumentando a expectativa de que esta deve ser a maior paralisação dos últimos anos. Em São Paulo, por exemplo, além das escolas públicas, professores de mais de cem escolas particulares não vão trabalhar.

Aeronautas (pilotos e comissários de voo) também decidiram pelo estado de greve, e farão uma nova assembleia para decidir ou não pela paralisação nesta quinta-feira. Aeroviários de aeroportos de quase todas as capitais do Brasil também prometem cruzar os braços.

A Federação Interestadual dos Empregados dos Correios (Findect) decidiu deflagrar uma greve nacional, por tempo indeterminado, em apoio às pautas do dia 28 de abril. Os Tribunais do Trabalho também decidiram aderir à greve em apoio à luta contra a reforma Trabalhista.

Guardas civis e policiais civis de várias cidade do Brasil também vão parar. E vários prefeitos, como o de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, já liberaram o ponto facultativo para os servidores municipais. Os motoristas de caminhão, categoria estratégica do setor de logística, irão parar em pelo menos 13 estados.

A expectativa é de que este seja o maior ato de mobilização da classe trabalhadora brasileira desde a década de 1980, quando a disparada da inflação no governo Sarney e o Plano Cruzado conduziram o país a uma de suas maiores greves após a redemocratização.

“O dia 28 é o dia que a militância do PT tem que estar toda nas ruas convocando e organizando a greve geral”, afirmou o presidente da CUT, Vagner Freitas. “O PT é principal partido dos trabalhadores brasileiros e a greve geral será uma reviravolta na conjuntura de luta contra a retirada dos direitos. O PT é o maior partido de massas do país e tem que estar nas ruas com a CUT”, acrescentou ele.

Para o deputado federal Henrique Fontana (PT-RS), “o Brasil infelizmente está parando pelo desgoverno Temer e por toda a crise gerada no país a partir da quebra das regras democráticas, do desrespeito ao voto do eleitor”. Para ele, quanto maior é a perda de legitimidade do governo atual, mais ele ataca os direitos dos trabalhadores e dos mais pobres.

“Precisamos de uma ação conjunta que mire neste objetivo: frear as antirreformas trabalhista e da Previdência, retomar o crescimento do país, mas acima de tudo, retomar a democracia brasileira com a antecipação de eleições gerais para presidente, para governadores, para deputados e senadores, porque o grande problema do Brasil foi a quebra da sua democracia”, declarou Fontana, conclamando: “Dia 28, todos nas ruas!”

O presidente do PT, Rui Falcão, defendeu em seu artigo semanal que “esta é uma semana decisiva para mostrar o descontentamento e a oposição do povo aos planos sinistros do governo usurpador”.

Na Paraíba, o arcebispo do Estado, Dom Manoel Delson, disse que “o povo não aceita a reforma da Previdência nos termos que estão anunciando, se existe mesmo necessidade de fazer a reforma da Previdência ela deve ir em outra direção, tirando daqueles que ganham fortuna em cima dos trabalhadores, de todos que pagam impostos”. Ele ainda convocou todos os trabalhadores à manifestação no dia 28 de abril. Arcebispos de todo o país têm convocado católicos a participar da luta contra a perda de direitos.

A CUT inclusive preparou um site especial com uma  atualização constante dos preparativos para a greve geral na sexta. Abaixo, alguns destaques:

Atos pelo Brasil

Na cidade de São Paulo, ao menos 27 sindicatos já confirmaram paralisação. A Frente Brasil popular e a Frente Povo Sem Medo fazem um ato unificado com as centrais sindicais a partir das 17 horas no Largo da Batata, com caminhada até a residência pessoal de Michel Temer.

Metroviários e CPTM (trens urbanos), motoboys, trabalhadores da limpeza urbana, aeroviários do aeroporto de Guarulhos, trabalhadores em saúde, previdência e assistência social e petroleiros aderiram à greve. Pilotos e comissários de voo já decidiram pelo estado de greve, e confirmarão a paralisação em nova assembleia na quinta-feira.

Na Baixada Santista, estão previstas paralisações de portuários e rodoviários, o que deve afetar as atividades do Porto de Santos.

Os professores de escolas públicas e particulares também aderiram à greve na capital. Com isso, ao menos cem escolas particulares da capital vão paralisar.

No Rio de Janeiro já são 32 sindicatos confirmados na greve, incluindo petroleiros dos terminais de Ilha D’água e Ilha Redonda, além de bancários, professores universitários e do ensino estadual, trabalhadores da saúde, entre outros. Na capital carioca, o ato ocorre na praça Cinelândia, a partir das 17 horas.

Em Pernambuco, mais de 40 categorias confirmaram aderir à greve, como rodoviários, metroviários, aeroportuários, aeronautas, metalúrgicos, bancários, Polícia Civil, Servidores da Assembleia Legislativa de Pernambuco, professores das duas principais universidades públicas do Estado, servidores, professores da rede municipal e agentes penitenciários (veja aqui lista completa).

Em Mato Grosso, vão parar categorias como professores, bancários, servidores da saúde, agentes penitenciários, policiais civis, e trabalhadores dos transportes públicos. Na capital Cuiabá o ato acontece na Praça Ipiranga às 15h.

No Mato Grosso do Sul haverá paralisação dos trabalhadores da educação, construção civil, transporte coletivo, servidores públicos, transporte de cargas e bancários, com ato às 8h na Praça Ari Coleho, em Campo Grande.

Em Sergipe, 27 sindicatos das mais diversas categorias aprovaram apoio à paralisação nacional. Entre as categorias que aprovaram participação no protesto estão os bancários, auditores fiscais, servidores do Estado, trabalhadores da construção civil, enfermeiros, trabalhadores rurais de 74 municípios, servidores públicos de Indiaroba e trabalhadores da Assistência Técnica e Extensão Rural.

Na Bahia, pelo menos 13 sindicatos confirmaram presença, como policiais civis, bancários e servidores do Judiciário, entre outros. “É a nossa chance de impedir os retrocessos. Vamos parar o Brasil e dizer não às reformas”, afirmou o presidente da CTB Bahia, Aurino Pedreira.

A Paraíba terá a paralisação de ao menos 17 categorias. Em João Pessoa, capital do Estado, o ato está previsto para as 14 horas no Ponto Cem Réis, no centro da cidade.

Em Minas Gerais, a capital Belo Horizonte terá paralisação de mais de 30 categorias. Trabalhadores de todos os setores do transporte vão paralisar, assim como professores de escolas estaduais e privadas, e das principais universidades, como a PUC e a UFMG. Correios, bancários, frentistas, enfermeiros, polícia civil, petroleiros, economistas, construção civil, entre outros, também aderiram à greve. Haverá ato em Belo Horizonte começando às 9h na Praça da Estação.

No Acre os motoristas rodoviários irão ocupar o Terminal Urbano a partir das 10h e depois haverá um ato às 16h em frente ao Palácio Rio Branco. Em Alagoas paralisam professores da educação pública e particular, bancários, funcionários públicos federais e trabalhadores de empresas de transporte público, com ato às 17h na Praça do Centenário, em Maceió.

No Amazonas, confirmaram paralisação os professores da rede pública, petroleiros, rodoviários, bancários, vigilantes, policiais civis e trabalhadores da construção. No Amapá ao menos 10 categorias irão parar, incluindo servidores da Justiça, professores universitários e policiais civis, com ato em Macapá às 16h na praça Veiga Cabral.

O Distrito Federal terá greve de pelo menos 12 categorias, como rodoviários, bancários, trabalhadores da limpeza urbana, odontologistas, professores da rede pública, servidores municipais de várias cidades, entre outros. No Maranhão a greve está confirmada em quase 40 municípios, com categorias como comerciários, previdenciários, bancários e metalúrgicos; além de um ato às 15h em São Luís, na praça São Teodoro.

Ao menos 16 cidades terão mobilização no Rio Grande do Sul, com bancários, professores, servidores municipais, bancários e outras categorias. Em porto Alegre o ato ocorre às 12h no centro da cidade. No Paraná os trabalhadores da educação, rodoviários, petroleiros, trabalhadores da construção civil e bancários confirmaram greve, com ato em Curitiba às 9h na praça Nossa Senhora de Salete.

Confira no feed abaixo a cobertura do Portal da CUT da mobilização popular nesta semana:

 

Agenda de Lutas

Como a Reforma Trabalhista teve o regime de urgência aprovado e deverá ser votada já na quarta-feira (26) em plenário, as centrais sindicais organizaram uma agenda de lutas para toda a semana, começando nesta terça-feira (25). Confira:

Quarta-feira (26/4)

Vigília na Câmara dos Deputados

Sexta-feira (28/4)

Greve Geral

Segunda-feira (1º/5)

Manifestações em todo o Brasil pelo Dia do Trabalho

Terça-feira (2/5)

Ocupa Brasília – Concentração com acampamento e manifestações permanentes no Congresso Nacional contra a subtração de direitos e a precarização do trabalho e contra o desmonte da Previdência Pública.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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