Oposição ao Brasil?, por Beto Faro
Mesmo com economia brasileira em alta, alguns segmentos do mercado financeiro seguem tentando disseminar o caos para aumentar novamente os juros no país
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Mesmo com a calamidade que atingiu o Rio Grande do Sul a economia brasileira demonstra robustez e sustentabilidade que desafiam as estratégias pouco amigáveis com o país por parte de alguns segmentos do mercado financeiro que, deliberadamente ou não, fornecem energia à militância da extrema direita.
Para desânimo desses setores, no dia 3/9 passado o IBGE divulgou que o PIB cresceu 1,4% no segundo trimestre, ante o primeiro. Segundo pesquisa realizada pelo jornal Valor Econômico junto aos “mercados”, esse resultado do PIB veio acima da projeção mediana de 0,9%. Não surpreende, pois, desde o início do governo Lula a realidade promissora se impõe às projeções pessimistas.
Provavelmente com acesso antecipado aos números do IBGE, na véspera, o boletim Focus do Banco Central, que capta previsões do mercado, revisou as estimativas de crescimento da economia brasileira, de 2,42% para 2,46%. Porém, as estimativas mais isentas dos setores privados corroboram as expectativas do Ministério da Fazenda que preveem crescimento do PIB neste ano em torno de 3%.
Talvez mais importante que a sinalização da trajetória futura da economia dada pela taxa relativamente robusta do PIB no 2º trimestre, sejam outros indicadores que sugerem a qualidade e a sustentabilidade do crescimento econômico. No primeiro trimestre, diversamente do desempenho da agropecuária que tem impulsionado o PIB, desta vez esse setor recuou 2,3% enquanto a indústria foi o setor com o melhor desempenho crescendo 1,8%. Mais animador ainda, foi que dentro da indústria, enquanto o ramo extrativo teve queda de 4,4%, a indústria de transformação, em especial, cresceu 1,8%. A construção civil cresceu 3,5%. Outro dado importante foi o crescimento da taxa de investimento, de 16,8% do PIB, o que está distante do ideal, mas pode ter sido a sinalização de uma tendência. Também merece destaque a expansã0 de 2,1%, no período, da taxa de Formação Bruta de Capital Fixo, indicador que revela os investimentos em ativos fixos e, por conseguinte, o aumento da capacidade produtiva da economia. Cabe ainda mencionar o peso da demanda interna na performance do PIB no período, ao contrário da queda de 1,2% no setor externo.
Portanto, ainda que o comportamento dos preços deva merecer atenção permanente, nada justificaria a campanha já em curso pela elevação da Selic em razão da suposta contaminação ou ameaças inflacionárias do processo de crescimento. Ignorando os indicadores da qualidade e sustentabilidade do crescimento, e as recentes notícias sobre a tendência de queda dos juros nos EUA, alguns setores do mercado passaram a deflagrar verdadeira cruzada pela elevação dos juros cujos níveis atuais já são abusivos e sabotam o Brasil. Na verdade, uma cruzada iniciada com a posse de Lula, e que por razões ideológicas e interesses corporativistas não dá trégua apesar do fiasco das previsões apocalípticas.
Dando marcha à campanha, a edição do jornal Estado de São Paulo, de 4/9, teve como manchete: “PIB surpreende, eleva projeção de crescimento e pressiona BC: Crescimento de 1,4% no 2º trimestre reforça apostas na alta dos juros” .
Editorial da Folha de São Paulo no mesmo dia 04, destaca que “Só alta do PIB sem inflação é sustentável”. Complementa: “Atividade volta a surpreender positivamente, mas impulso do gasto público sob Lula gera pressão sobre preços; aumento dos juros do Banco Central, já tido como provável, piora as condições do Tesouro.”
O Globo não ficou devendo. Opinião do jornal no dia 4, assegura que “Alta do PIB traz apenas satisfação fugaz”. Arremata afirmando que “Apesar do desempenho acima da expectativa, resultado reflete limites do modelo petista de crescimento.” O governo Lula continuará sua luta em defesa do país, da sua economia e da maioria do povo brasileiro que merece um futuro de paz e prosperidade.
Artigo originalmente publicado em O Liberal