Oposição tenta assumir protestos e desmotiva manifestantes
Para cientista política, pressão de partidos políticos pode ter contribuído para a queda do número de participantes no protesto de domingo (12)
Publicado em
A convocação feita pela oposição nas redes sociais para brasileiros ocuparem as ruas contra a corrupção e o governo do PT não teve resultado positivo no último protesto (12).
O baixo número de manifestantes foi divulgado pela mídia em todo o país. Com base nos dados apresentados pelo Instituto de Pesquisas Datafolha, compareceram na Avenida Paulista, na capital de São Paulo (SP), cerca de 100 mil pessoas no protesto do dia (12). No ato do mês passado, foram registrados 210 mil manifestantes.
A queda também foi presenciada em outras cidades do País. Segundo a Policia Militar de Belo Horizonte, 6 mil pessoas marcaram presença nesse domingo, enquanto o primeiro protesto levou 24 mil às ruas.
Para a cientista política e mestre em Sociologia pela Universidade de Brasília (UnB) Carla Ribeiro, a redução no número de participantes está relacionada as convocações feitas por políticos.
Segundo ela, atacar o governo petista sem construir uma pauta de reivindicações consistente pode ser caracterizado como “perseguição”. Além disso, ela avalia que a interferência política descaracteriza a luta dos brasileiros contra a corrupção.
“A população não é boba. Ela não quer ser manipulada por partidos que convocam os protestos”, avalia Carla.
Segundo Carla Ribeiro, no início dos protestos, em 2013, os grupos tinham reivindicações especificas em relação a transporte, saúde, educação e projetos de lei que tramitavam no Congresso.
“Os movimentos nasceram independentes dos partidos políticos. A população clamava contra a corrupção. Agora alguns políticos querem assumir a liderança dos protestos, isso não é legítimo e está desmotivando as pessoas”, considera a cientista política.
Por Michelle Chiappa, da Agência PT de Notícias