Para Berzoini, caso Geddel expõe pequenez do governo Temer
Ministro do governo Dilma avalia como grave o envolvimento do presidente golpista para atender interesse pessoal de Geddel em obra embargada pelo Iphan
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O envolvimento do presidente golpista Michel Temer e seu ex-ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, para pressionar o ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, a liberar a construção de empreendimento embargado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), mostra claramente o tamanho desse governo usurpador, avalia Ricardo Berzoini, ministro da gestão Dilma Rousseff.
“É um governo golpista que cuida de interesses pequenos, praticando crimes ao abrigo do Palácio do Planalto”, declarou Berzoini, que foi ministro da Secretaria de Governo da presidenta Dilma, mesmo cargo que Geddel ocupava no governo golpista de Temer.
Para o petista, que foi parlamentar por mais de 15 anos, o caso é grave, por envolver questões de caráter extremamente relevantes para a gestão pública.
“Você tem um ministro fazendo tráfico de influência, advocacia administrativa, pressionando um colega de Ministério para atender a interesses pessoais, já é grave. Quando o presidente da República se envolve nisso, é muito mais grave”, afirmou.
Berzoini explicou que o princípio da administração pública visa defender políticas públicas que sejam de interesse público, e não interesses pessoais ou de grupos empresariais.
“Nesse caso sequer é de interesse de uma empresa de construção. É do interesse pessoal do ministro, E ele estava querendo resolver um problema pessoal dele, de um apartamento que ele havia comprado, que até agora não sei se já justificou se tem renda suficiente para comprar um apartamento tão valioso quando aquele”, completou.
Para o ministro de Dilma, a crise não acaba com a demissão de Geddel. Além disso, Berzoini acredita que o ex-ministro, Temer e o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, devem ser investigados.
PEC 55
Ricardo Berzoini acredita que o governo golpista só se sustenta, até agora, pelo apoio de setores do empresariado que querem retirar os direitos do povo brasileiro, a exemplo do que propõe a Proposta de Emenda à Constituição PEC 55, que congela os gastos públicos por 20 anos.
“Eles querem massacrar a classe trabalhadora, destruir o SUS, destruir a Previdência Social brasileira. É a única razão pela qual Temer acumulou força para promover o golpe e se sustentar no governo até agora. Mas, evidentemente, isso aí tem perna curta”.
Ele defendeu persistência para barrar os retrocessos, mesmo que as condições no Congresso não sejam as mais favoráveis.
“Óbvio que no parlamento não é fácil barrar a PEC 55, mas evidentemente que a pressão popular é fundamental. Acredito que nós devemos ter persistência. E não será um ou outro momento que definirá a trajetória política do País. Vamos lutar para barrar”.
Segundo Berzoini, além do debate sobre a PEC 55, a discussão a respeito da proposta de Reforma da Previdência do governo Temer será pedagógico para demonstrar de que lado estão os golpistas.
Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias