Para o TCE, Alckmin é responsável pela crise hídrica de São Paulo

Além do atual governador tucano, Tribunal de Contas de SP responsabiliza Cláudio Lembo (DEM), José Serra (PSDB), Alberto Goldman (PSDB) pela situação atual. Órgão aleta que todos foram alertados sobre a necessidade de um plano de contingência para eventuais riscos de escassez de água no estado

O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE) responsabilizou todos os governos, desde 2004, pela crise hídrica que passa o estado. Para a Corte, a crise hídrica “é o resultado da falta de planejamento das ações da Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos”.

De acordo com o tribunal, os governos de Geraldo Alckmin (PSDB), passando por Cláudio Lembo (DEM), José Serra (PSDB), Alberto Goldman (PSDB) e novamente Alckmin, foram alertados sobre a necessidade de um plano de contingência para eventuais riscos de escassez de água no estado.

O deputado estadual Ênio Tatto (PT) lembra que, entre 2003 e 2004, foram feitos debates e apresentação de estudos e projetos de investimento em interligação das represas e reservatórios. Outro problema apontado pelo deputado foi o desmantelamento da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), com a abertura do capital da empresa e a venda de 49% de suas ações.

“Foram feitos estudos e previsto investimentos, mas não foi feito o dever de casa. Na Assembleia Legislativa tinha projetos que orientavam que 80% dos lucros da Sabesp fossem aplicados em investimentos”, ressalta Tatto.

Crise sem obras – De acordo com reportagem do jornal ‘Folha de S. Paulo’, publicada nesta terça-feira (11), devido à baixa vazão dos rios Atibaia e Jaguari, o sistema Cantareira recebe, atualmente, apenas ¼ do volume de água esperado para época. Das cinco milhões de pessoas dependentes do Cantareira, os 6.600 litros por segundo que entraram no sistema nos primeiros dias de agosto, atendem a dois milhões de habitantes.

De acordo com o deputado, nenhuma das obras emergenciais propostas pelo governo ficará pronta em 2015. Para Tatto, o uso da represa do Guarapiranga e da parte menos poluída da Billings para abastecer parte do sistema Cantareira são insuficientes para enfrentar a seca até o fim de outubro. O deputado lembrou que a região metropolitana não tem problema de falta d’água, mas de interligação de suas reservas hídricas.

“Há obras em andamento, falam em 75% de execução, mas demoram de dois a três anos. Vai ter problema, é bastante pessimista a perspectiva. Na verdade, água tem, não tem planejamento”, ressalta o deputado.

Por Guilherme Ferreira, da Agência PT de Notícias, com informações o jornal Folha de S. Paulo

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