Hostilidade contra petistas é considerada fascista e antidemocrática
Ex-ministro da Fazenda Guido Mantega já foi hostilizado duas vezes nas ruas de São Paulo. Em maio, Alexandre Padilha foi alvo de manifestação em restaurante também na capital paulista
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A hostilidade contra o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega foi avaliada por parlamentares petistas como ação violenta contra a democracia. No último sábado (23), Mantega estava em um restaurante italiano em São Paulo, acompanhado pela mulher, quando recebeu provocações e vaias de algumas pessoas que frequentavam o local.
Para o deputado federal Jorge Solla (PT-BA), o ataque registrado contra petistas é uma atitude “violenta e antidemocrática”. “É preciso rever essa postura que não contribui para a democracia”, avaliou o parlamentar.
Esta não é a primeira vez que Mantega é hostilizado em público. Em fevereiro, o economista que comandou o Ministério da Fazenda nos governos Lula e Dilma também foi alvo de agressões verbais.
Na ocasião, Mantega acompanhava a esposa no Hospital Albert Einstein, na capital paulista. Ela frequenta o local para tratar um câncer. Na lanchonete, eles foram surpreendidos com xingamentos.
Na avaliação do senador Humberto Costa (PT-PE), “é inadmissível esse nível de agressão”. O petista também defendeu que atos radicais como os registrados nos últimos tempos não são legítimos de democracia.
“São manifestações da extrema direita que incitam atitudes fascistas”, disse.
O ex-ministro da Saúde do governo Dilma e atual secretário de Relações Governamentais da Prefeitura de São Paulo, Alexandre Padilha, também foi insultado dia 15 de maio, em um restaurante em São Paulo.
Enquanto o petista almoçava com colegas, um dos clientes chamou atenção e criticou o programa “Mais Médicos”, implementado durante a gestão de Padilha na Saúde.
O episódio foi gravado por um colega do “manifestante” e compartilhado nas redes sociais. Em resposta pelo Facebook, Padilha classificou o episódio como “inaceitáveis instantes de intolerância”.
A abordagem agressiva do rapaz, rendeu ao ex-ministro da saúde, solidariedade por parte de clientes e funcionários do estabelecimento.
“Agressões como essa não me inibem, não reduzem meu convívio com amigos, sobretudo os não petistas, nem farão com que eu deixe de frequentar qualquer lugar”, escreveu.
A fúria contra militantes e simpatizantes petistas também já resultou em morte. Em 2014, o jovem militante petista Hiago Augusto Jatoba de Camargo, de 21 anos, foi assassinado a facadas em uma praça de Curitiba (PR). Ele foi atacado enquanto fazia campanha em prol da eleição da então candidata ao governo do Paraná Gleisi Hoffmann (PT) e também da reeleição da presidenta Dilma Rousseff.
Por Michelle Chiappa, da Agência PT de Notícias