Para petistas, anulação do golpe pode restabelecer legalidade
O presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão, acatou pedido da AGU e anulou votação do impeachment contra a presidenta Dilma
Publicado em
A decisão do presidente interino da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), de anular o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, nesta segunda-feira (9) foi elogiada por parlamentares de diversos partidos.
Na avaliação do líder do governo na Câmara, o deputado José Guimarães (PT-CE), a decisão do presidente em exercício não tem nada de intempestividade e dá tempo à Câmara “se redimir de cometer excessos”.
“A defesa da presidenta tinha sim o direito de fazer a argumentação na sessão final da Câmara. Direito de defesa é fundamental e está circunscrito na nossa Constituição. Temos que seguir a lei. A lei tem que ser rígida, sobretudo quando se trata de uma questão política da maior relevância para o País. É a vitória do devido processo legal. Sem o devido processo legal, não há Estado de Direito”, comentou
Para Guimarães, “a questão central no momento é que inúmeras incorreções a tudo aquilo que foi feito ao arrepio da lei foi anulado e isso é importante para restabelecer a legalidade, o devido processo legal e o direito de defesa”.
Benedita da Silva, deputada do PT do Rio de Janeiro, escreveu, em sua página oficial nas redes sociais, que a decisão de Waldir Maranhão anula “o que foi o irregular processo de Impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff.
Em resposta a parlamentares da oposição que dizem que um deputado não poderia anular o voto de 368 parlamentares que votaram pelo impeachment, Benedita respondeu: “Mas aí, nessa mesma lógica, esses 368 parlamentares também não podem anular o voto de 54,4 milhões de eleitores que elegeram Dilma.Certo?”.
O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), destacou que a decisão faz justiça. “O relatório extrapolou a denúncia, caberia anular a criação da comissão na Câmara”, completou.
“Respeita a legalidade e a democracia contra as ilegalidades do presidente da Câmara Eduardo Cunha. Não poderia haver um fechamento de questão da bancada, porque é uma questão individual de cada parlamentar. Foi uma eleição viciada por um processo aceito por vingança pelo presidente Cunha”, afirmou o deputado petista do Acre, Léo de Brito.
O deputado Silvio Costa (PTdoB-PE) foi enfático: a decisão correta, respeita a Constituição, o regimento interno da Câmara e, acima de tudo, a democracia”.
Já para o deputado gaúcho Paulo Pimenta (PT-RS), a decisão de Waldir Maranhão reascende a convicção de que a presidenta Dilma não praticou nenhum ato ilegal.
“O principal responsável pelo impeachment está afastado da presidência e do mandato, se ele tentar fazer algo, vai ser preso. Então, os golpistas estão sem fiador. E não é possível que um corrupto seja o juiz de uma mulher honesta”, enfatizou.
Para a deputada Maria do Rosário (PT-RS), há um novo quadro político no Brasil com a decisão do presidente interino da Câmara. Segundo ela, as sessões que foram anuladas demonstraram a situação de golpe no País, “porque o interesse público não estava ali”.
Os senadores também comentaram a decisão. Para o líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE), a “decisão é o reconhecimento de que esse é um processo viciado desde o início, quando foi aberto por uma vingança do presidente da Câmara dos Deputados”.
Na mesma linha, a senadora do PCdoB do Amazonas, Vanessa Grazziotin, afirmou que a decisão permite que o Brasil mostre ao mundo que tem respeito às leis.
“Com o mundo inteiro nos olhando, podemos mostrar que temos respeito às leis e à democracia e não vamos permitir um golpe no País”.
Segundo o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), “o jogo começou de novo”.
“O presidente Lula está vindo hoje para Brasília e vai vir com certeza com ânimo redobrado porque o jogo começou de novo. Voltamos a ter chance. É o início de um jogo novo. O processo está interrompido e a gente acha que se houver uma nova votação na Câmara dos Deputados, agora sem Eduardo Cunha, o jogo muda. Passamos a ter chance de virar o jogo”, afirmou.
Por Luana Spinillo e Camilo Toscano, da Agência PT de Notícias