Para Pimenta e Damous, Lava-Jato é comparável ao Doi-Codi

Deputados reagiram à carta do Rio de Janeiro, em que procuradores criticaram medidas em tramitação no Congresso Nacional; Eles vão ingressar com representação

Gustavo Bezerra/PT na Câmara

Deputados Wadih Damous (PT-RJ), Paulo Pimenta (PT-RS)

Em entrevista publicada no Buzzfeed, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) comparou as ações da força-tarefa da operação Lava-Jato com as do DOI-Codi durante a ditadura.

Ao lado do deputado Wadih Damous (RJ), Pimenta fará uma nova representação contra integrantes da força tarefa da Lava Jato. O motivo é a chamada Carta do Rio de Janeiro, divulgada na segunda-feira (28) por procuradores das forças tarefas que ficam em Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo.

Na entrevista, os deputados afirmaram que o documento é uma afronta à democracia e à própria hierarquia dentro do Ministério Público.

“Vamos entrar com nova representação contra a carta de ontem, que é afronta à democracia, ao Estado democrático e à própria procuradora-geral da República Raquel Dodge. Assim como na ditadura havia o DOI-Codi que afrontava o [Ernesto] Geisel e o [João Baptista] Figueiredo, hoje existe o braço paralelo do MPF, que adquiriu autonomia e afronta a própria Raquel Dodge”, disse Pimenta, segundo o site.

Pimenta e Damous, ex-presidente da seccional do Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) , já entraram com outras representações contra integrantes da Lava Jato.

A partir do pedido dos dois deputados, a Corregedoria Nacional do Ministério Público instaurou procedimento para investigar a comercialização de palestras por parte do procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa em Curitiba.

Há também representações contra o juiz Sérgio Moro no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), mas ainda não houve conclusão sobre os casos.

Para Pimenta, tanto no CNJ quanto no CNMP, um corporativismo exacerbado. Segundo ele, isso reforça a necessidade de o Congresso aprovar uma nova lei para o abuso de autoridade.

“Infelizmente, neste momento histórico, quando a gente precisa de isenção e coragem dos conselhos, eles estão absortos no corporativismo. Isso reforça necessidade de uma lei sobre abuso de autoridade, na medida em que órgãos de controle foram abduzidos, foram capturados.”

Da Redação da Agência PT de Notícias

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