Para Zarattini, reforma da Previdência terá ampla oposição no Congresso
Líder do PT na Câmara afirma que o partido prepara série de ações para tentar impedir aprovação de medidas nas duas Casas
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O líder do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (SP), afirmou na quarta-feira (25), que o partido prepara uma série de ações para tentar impedir a aprovação da reforma da Previdência no Congresso. Segundo ele, deputados de partidos como o PTB e o Solidariedade, que hoje fazem parte da base aliada do presidente ilegítimo Michel Temer (PMDB), poderão participar da oposição no Congresso.
A crença de Zarattini em uma vitória contra o governo no debate sobre a Previdência se baseia principalmente na forma como o partido atuou com o projeto de renegociação das dívidas dos Estados com a União. “Ganhamos a rejeição ao projeto que arrochava os Estados em troca da negociação das dívidas, comandamos a votação e obtivemos o resultado, tanto que Temer teve de vetar um projeto da sua iniciativa. Está aí embasada a ideia de barrar a reforma da Previdência”, disse, em entrevista à TV Estadão.
O petista afirmou que partidos como o PTB e o Solidariedade, que fazem parte da base de Temer, também devem se opor à reforma da Previdência. “A oposição não é só do PT ou da esquerda, é mais ampla”, declarou. Segundo Zarattini, as ações contra a reforma devem ser desde manifestações de rua até a realização de plenárias e articulações com lideranças religiosas. “Vamos divulgar os malefícios da reforma da Previdência, que é repudiada pela população”, disse.
A ideia, segundo o deputado, é fazer uma contraposição à campanha que o governo tem feito na mídia a favor da reforma. “Estão gastando milhões e milhões, mas é muito difícil mudar a opinião dos brasileiros, que podem perder direitos previdenciários”, afirmou.
Apresentada no final do ano passado, a reforma da Previdência de Michel Temer (PMDB) impõe uma idade mínima de 65 anos para a aposentadoria, além de estabelecer um tempo maior para o recebimento do benefício integral pelo trabalhador, de 49 anos. Temer também acaba com o regime especial da Previdência para os trabalhadores rurais, que possibilitava a contribuição como porcentagem da produção, por exemplo. Na nova proposta, o trabalhador terá de contribuir mensalmente, inviabilizando a contribuição por parte de muitos agricultores – muitos não possuem uma renda mensal, pois a produção pode ser anual ou semestral, por exemplo.
A reforma de Temer também vai prejudicar as mulheres e quem começou a trabalhar mais cedo. A proposta ignora a jornada dupla e tripla enfrentada pelas mulheres durante toda a vida. Também vai impactar diretamente a aposentadoria do agricultor, que começa a trabalhar muito mais cedo e, por isso, possui uma idade menor para aposentadoria. Hoje, a mulher do campo se aposenta aos 55 anos, e o homem aos 60.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do PT na Câmara