Partidos e lideranças políticas se posicionam contra impeachment de Dilma
Por meio das redes sociais e de depoimentos à imprensa, parlamentares de diversos partidos progressistas se manifestaram firmes na defesa da democracia e contra tentativas de golpe
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Lideranças políticas e partidos de esquerda se manifestaram contrários à medida do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de autorizar, nesta quarta-feira (2), a abertura de um dos pedidos de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff.
“Não aceitaremos que um chefe de quadrilha processado na justiça por corrupção leve o País à ruptura democrática! NÃO ACEITAREMOS O GOLPE!”, escreveu o ex-ministro Ciro Gomes (PDT-CE) em sua página oficial no Facebook.
Parlamentares do PCdoB no Congresso denunciaram a tentativa de “manchar a história de uma presidenta honesta”, ferindo a legislação vigente.
À frente da bancada do PCdoB na Casa, a deputada Jandira Feghali (RJ) questionou a credibilidade de Cunha e de setores da oposição para conduzir um processo de impeachment na Casa, tendo em vista que muitos foram denunciados por corrupção.
“O PCdoB vai lutar com todas as forças para ajudar a construir um processo de luta que barre essa tentativa absolutamente ridícula de tentar interromper o mandato da presidenta. Estamos firmes na defesa da democracia e firmes contra essa atitude indecorosa, indigna e absolutamente revanchista”, afirmou.
Vice-líder do governo, o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), diz que caiu a máscara da oposição brasileira.
“Eles vieram aqui fazer jogo de cena, insinuando que estavam rompendo com Eduardo Cunha, mas servem ao mesmo propósito de atacar a democracia brasileira. Não subestimem a capacidade de luta do nosso povo. Voltaremos ao Supremo Tribunal Federal para que, por meio do Judiciário, possamos fazer cumprir as regras da democracia”, declarou.
Na avaliação da bancada do PCdoB, o STF barrará a iniciativa de Cunha. “É um claro abuso de poder e desvio de finalidade de Cunha. Sem contar que não há processo sem rito previamente definido,” explicou o deputado Rubens Pereira Júnior (PCdoB-MA).
A falta de fundamento jurídico do pedido de impeachment é evidente, avalia a presidenta nacional do PCdoB, deputada Luciana Santos (PE).
“Nosso país não merece ficar refém daqueles que não têm compromisso com o bem-estar do nosso povo, com o desenvolvimento e com a defesa da democracia. O golpe não passará!”, acrescentou a deputada.
Para a deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), o presidente da Câmara está agindo com a perspectiva de que chegou ao final de sua caminhada. A decisão seria uma retaliação ao possível avanço da sua cassação no Conselho de Ética.
“O presidente cria um clima que não podemos admitir nesta casa. O povo brasileiro defendeu o mandato da presidenta legitimamente eleita por 54 milhões de brasileiros e rechaçará esta atitude de retaliação de Eduardo Cunha, que só demonstra que não tem a menor condição de continuar na Presidência da Câmara”, disse.
Luciana Genro, ex-candidata à presidência pelo Psol, também foi direta em seu recado: “Impeachment nascido da chantagem de Cunha não terá apoio do PSOL!”, afirmou em sua fanpage.
Deputados da bancada do Psol na Câmara seguiram a mesma linha. Jean Wyllys (RJ) disse que Cunha vem colocando o País em “situação de extrema gravidade institucional” e fazendo “leilão mais vergonhoso da história da República”.
“O que Eduardo Cunha fez no dia de hoje chama-se chantagem. Diferentemente da Presidenta, ele está sim acusado de gravíssimos crimes. Não por mim, mas pela Procuradoria-Geral da República”, considerou.
O também deputado do Psol, Chico Alencar (RJ), afirmou em seu Facebook que “Cunha não tem credibilidade, mas ainda usa a prerrogativa de presidente da Câmara, monocrática, imperial, de acolher um pedido de impeachment”.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do “PCdoB na Câmara” e “Revista Fórum”