Paulo Paim lamenta fuzilamento de cinco jovens negros no Rio de Janeiro

Conforme relato dos familiares, os garotos festejavam o recebimento do primeiro salário de um dos amigos. Policiais militares, além de efetuarem os disparos, são suspeitos de terem alterado a cena do crime

Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

O senador Paulo Paim (PT-RS) manifestou, nesta terça-feira (1º), em plenário, sua tristeza com a notícia do fuzilamento de cinco jovens negros, ocorrido no último sábado, na cidade do Rio de Janeiro. “Os policiais estão presos. Mas as mães choram a morte de seus filhos”, disse Paim.

Os jovens, lembrou o senador, estavam em “seu carrinho” indo lanchar em grupo, quando o massacre ocorreu, na Zona Norte da cidade. Roberto e Carlos Eduardo da Silva de Souza, 16 anos, Cleiton Correa de Souza, 18 anos, Wilton Esteves Domingos Junior, 20 anos e Wesley Castro Rodrigues, 25 anos, eram amigos de infância e tinham passado a tarde juntos no Parque de Madureira. Na volta, eles foram para a casa dos irmãos Wilton e Wesley e resolveram sair novamente para fazer um lanche, quando foram surpreendidos por policiais militares.

Conforme relato dos familiares, os garotos festejavam o recebimento do primeiro salário de um dos amigos. Policiais militares, além de efetuarem os disparos, são suspeitos de terem alterado a cena do crime.

“Segundo informações que nos chegaram, a documentação do carro estava em dia, o motorista era habilitado e estavam todos desarmados”, disse. “Como se explica que [esses jovens] tenham recebido cerca de 50 tiros por parte dos policiais que viram num carro arrumadinho, limpinho, cinco crianças negras? ”, questionou.

Paim disse que a barbárie que tem ocorrido no Brasil e no mundo tem o assustado bastante. “Parece que a vida não tem mais valor. Matar cinco jovens dessa forma é algo que fica e, amanhã ou depois, os policiais são transferidos para outra área e dizem que apenas se enganaram”, enfatizou.

“Fim dos privilégios para deficientes”
Ainda durante o pronunciamento, o senador demonstrou incredulidade ao saber da colocação de uma placa de publicidade em Curitiba (PR) pedindo o fim dos “privilégios” para pessoas com deficiência, atribuída a um “Movimento pela Reforma de Direitos”.

 “Há quem diga que é uma jogada de marketing. Se for uma jogada de marketing, vai ter mau gosto assim… Criar uma jogada de marketing colocando outdoor contra a os direitos daqueles que são menos favorecidos no conjunto da sociedade é uma jogada de marketing que beira o fascismo”, lamentou Paim. “Isso vai assustar aqueles que mais precisam”, emendou.

O senador apontou que, caso seja uma propaganda, ela é fascista e os responsáveis devem responder pelo seu ato. “Essas coisas que estamos vendo são uma violência contra o estado democrático de direito e contra políticas humanitárias”, apontou.

Na tarde desta terça-feira, em entrevista coletiva, a equipe de Comunicação da Prefeitura de Curitiba assumiu que o outdoor foi mesmo uma “ação de marketing” que teve o objetivo de chamar a atenção das dificuldades enfrentadas pelas pessoas com deficiência para terem seus direitos respeitados.

Do PT no Senado

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