Petista questiona Moro sobre escutas ilegais e ele não responde
Na Câmara, juiz foi indagado por deputado Paulo Pimenta sobre condução coercitiva e escutas ilegais do ex-presidente Lula. Ele se recusou a responder
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O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato, se negou a responder perguntas do deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) sobre as escutas ilegais e a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em audiência pública na Câmara dos Deputados na quinta-feira (4).
O juiz Sérgio Moro foi à Câmara para defender as 10 medidas contra a corrupção – projeto (PL 4850/16) que está em análise em uma comissão especial da Câmara.
“Quando se fala da legislação americana, imagina presidente [da comissão], se um juiz de primeira instância de um Estado dos Estados Unidos captasse de maneira ilegal uma conversa telefônica entre o Bill Clinton e o Obama e jogasse nas redes de televisão? Qual teria sido a atitude da Justiça?”, questionou Pimenta.
O petista usou também como exemplo a condução coercitiva do ex-presidente Lula pela Operação Lava Jato a pedido de Sérgio Moro.
“Ou uma condução coercitiva sem necessidade de um ex-presidente da República para gerar manchetes e fatos denunciadas inclusive por ministros do Supremo Tribunal Federal como excessivas e desnecessárias”, completou.
Na época , o ministro Marco Aurélio Mello fez críticas duras à atitude de Moro.“Condução coercitiva? O que é isso? Eu não compreendi. Só se conduz coercitivamente, ou, como se dizia antigamente, debaixo de vara, o cidadão que não resiste e não comparece para depor. E o Lula não foi intimado”, argumentou.
Segundo ele, a justificativa de Sergio Moro de que a condução foi realizada para assegurar a segurança de Lula não é convincente.
“Será que ele [Lula] queria essa proteção? Eu acredito que na verdade esse argumento foi dado para justificar um ato de força”, disse.
Moro se recusou a responder o deputado Paulo Pimenta e disse que seu tempo havia acabado.
“Ouvi as questões do deputado Paulo Pimenta e não vou comentar casos concretos e infelizmente meu tempo acabou e vou pedir escusas mais uma vez aos senhores parlamentares e as senhoras parlamentares”, concluiu.
O deputado também criticou a seletividade da Justiça brasileira como no caso conhecido como Banestado e a falta de medidas de combate à corrupção contra juízes e procuradores que vendem sentença.
“Seletividade que permite que a imprensa e a Justiça não tenha cobrado na época da investigação do Banestado tanta eficiência, tanto rigor, tanta punição como nós gostaríamos que ele tivesse em todos os casos e não só em alguns”, disse o deputado.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da Fórum