Petrobras: com lucro recorde de R$ 106,6 bi, Bolsonaro enriquece acionistas

Remuneração total dos acionistas chegará a R$ 101,4 bilhões, o maior da história. “E o povo só tomando prejuízo com o preço do gás e dos combustíveis”, reagiu a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann

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Bolsonaro continua a patrocinar a farra dos acionistas da Petrobras

Enquanto o povo brasileiro paga o pato pela política de preços dolarizada dos combustíveis – só a gasolina já foi reajustada em 116% em três anos -, a política voltada para beneficiar acionistas da Petrobras vai muito bem, obrigado. Que o digam Jair Bolsonaro e Paulo Guedes, os amigões do sistema financeiro. A empresa anunciou na quarta-feira (23) um lucro recorde de R$ 106,668 bilhões em 2021, número 15 vezes maior que o do ano anterior.  Pela política entreguista da dupla, os maiores beneficiários, portanto, são os acionistas, que receberão em dividendos nada menos do que R$ 37,3 bilhões, a serem pagos a partir de maio. Segundo o jornal Valor, a remuneração aos acionistas chegará a um total de R$ 101,4 bilhões, “o maior patamar da história da petroleira”.

O recente novo capítulo do ataque do governo Bolsonaro contra o povo brasileiro ocorre em um momento de tensão internacional, elevada pelos efeitos do conflito geopolítico entre Rússia e Ucrânia, ainda imprevisíveis. As consequências diretas, no entanto, já podem ser sentidas no mercado internacional, onde o preço do barril do petróleo já ultrapassou U$ 100. Ao mesmo tempo, em apenas três anos, os combustíveis no Brasil subiram cinco vezes mais do que a inflação.

Ainda segundo o jornal, “no acumulado do ano, o lucro recorde foi atribuído, principalmente, à alta de 77% do preço do barril do petróleo do tipo Brent, em reais, no período. Também contribuiu para o resultado os maiores volumes de vendas no Brasil e melhores margens de diesel e gasolina”. Ou seja, o povo literalmente paga pela festa dos acionistas da Petrobras.

“Petrobras tem lucro de $106,7 bilhões em 2021, alta de 1.400% em um ano”, denunciou a presidenta Nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR). “E o povo só tomando prejuízo com o preço do gás e dos combustíveis! Qual é a lógica Bolsonaro, enriquecer os acionistas?”, questionou Gleisi. “É por isso que não mexe nos preços?! Governo frouxo, anti-povo”, sentenciou.

“Boa notícia para os acionistas da Petrobras”, ironizou o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP). “Com a guerra na Ucrânia o petróleo ultrapassa U$100 o barril. Com a “paridade de preços” a margem de lucro da empresa vai disparar. E os preços pro povo também”, reagiu Zarattini.

Preços disparam

Uma análise rápida da inflação dos combustíveis, se comparada ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) entre janeiro de 2019 e janeiro de 2022, dão bem a dimensão do tamanho da catástrofe. Além do reajuste explosivo da gasolina, o gás de cozinha chegou a 100,1%, e o diesel, 95,5% de reajuste. Já o IPCA foi de 20,6% em 36 meses, segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) subseção FUP (Federação Única dos Petroleiros).

“Não existe nenhuma razão técnica ou político-econômica para a Petrobrás tomar a decisão de internacionalizar o preço dos combustíveis, a não ser para atender os interesses dos acionistas, principalmente aqueles que ficam lá em Nova York”, fulminou o ex-presidente Lula, em entrevista, na terça-feira.

Da Redação, com Valor

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