PL Antifacção: parlamentares do PT endossam projeto do governo Lula
Petistas criticam novo relatório de Derrite e reforçam importância de inteligência unificada no combate ao crime organizado
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Com apoio popular nas redes sociais, da sociedade civil e movimentos sociais, a bancada do PT na Câmara conseguiu reverter o texto inicial apresentado pelo relator do projeto Antifacção (PL 5582/2025), o deputado Guilherme Derrite (PP-SP), secretário de Segurança Pública de São Paulo, aliado da bancada bolsonarista no Congresso Nacional. A nova versão do PL poderá ser votada nesta quarta-feira (12).
O líder do PT na Casa, Lindbergh Farias (PT-RJ), chama a atenção para o novo relatório de Derrite que volta a atacar a Polícia Federal. “Depois da pressão da sociedade, ele recuou nas competências da PF, mas agora tenta asfixiar o órgão financeiramente e aliviar o crime organizado”. Segundo Lindbergh, o projeto original do governo previa o perdimento de bens das facções, que permitiu à PF apreender 1,2 bilhão e quatro navios da Refit na Operação Carbono Oculto. “Derrite quer acabar com isso e inventar o absurdo ‘domínio social estruturado’ no lugar de facção criminosa. Nós não vamos recuar um milímetro. Nenhum ataque à Polícia Federal será aceito”, assegurou o líder petista.
Lindbergh reiterou ainda que foi uma vitória enorme da sociedade e do povo que se mobilizou em defesa da Polícia Federal. “O relator recuou nos dois pontos fundamentais: retirou a equiparação de facções criminosas a organizações terroristas e preservou a competência constitucional da Polícia Federal, que havia sido gravemente ameaçada. É uma conquista democrática do debate público, da mobilização social e da firme defesa das instituições republicanas.”
O novo relatório de Derrite volta a atacar a Polícia Federal!!
Depois da pressão da sociedade, ele recuou nas competências da PF, mas agora tenta asfixiar o órgão financeiramente e aliviar o crime organizado.O projeto original do governo previa o perdimento de bens das facções,… pic.twitter.com/yCBR16OrG6
— Lindbergh Farias (@lindberghfarias) November 12, 2025
Compromisso com a segurança pública
Na mesma linha, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), celebrou. “Conseguimos resgatar a essência do texto do PL Antifacção, reafirmando nosso compromisso com a segurança pública. Unidos, seguimos construindo um Brasil mais justo e seguro para todos”.
O Jornal Nacional repercutiu hoje uma grande vitória do povo brasileiro. Conseguimos resgatar a essência do texto do PL Antifacção, reafirmando nosso compromisso com a segurança pública. Unidos, seguimos construindo um Brasil mais justo e seguro para todos.
Assista: pic.twitter.com/lBlCh4hFKy
— José Guimarães (@guimaraes13PT) November 12, 2025
Polícia Federal fortalecida
O deputado federal e presidente da Comissão de Direitos Humanos, Reimont (PT-RJ), ainda frisou que “se o objetivo é enfrentar o crime organizado, a Polícia Federal tem um papel central. É hora de manter a pressão, porque quem defende o Brasil de verdade defende uma Polícia Federal forte, autônoma e respeitada.”
Combate às milícias
Diante da atuação de Derrite, a deputada federal Lenir de Assis (PT-PR) explicou que este “ficou marcado em São Paulo pela ‘milicianização’ da segurança pública, com um aumento de 98% nas mortes cometidas por policiais militares durante sua gestão como secretário de Tarcísio. É a tragédia convertida em espetáculo na busca insana por votos”.
Governo Lula enfrenta o crime
O deputado federal Rubens Pereira Jr (PT-MA) destacou que “o presidente Lula enviou um projeto para combater as facções. É a primeira vez que um projeto dessa magnitude chega à Casa. Na verdade, quem combate de fato a violência e o crime organizado é o presidente Lula”.
Vitória da povo!
Foi a mobilização da sociedade que garantiu a defesa do projeto original do presidente @LulaOficial , o primeiro dessa magnitude no combate ao crime organizado e às facções.
A direita tentou descaracterizar a proposta, mas recuou diante da pressão popular. A… pic.twitter.com/kqeOS3OE1Y
— Rubens Pereira Jr (@rubenspereirajr) November 12, 2025
Para os parlamentares, “a proposta do governo Lula segue sendo a mais sólida e constitucional: enfrenta o crime organizado com foco em ocupação e permanência nos territórios, a descapitalização das facções com o perdimento de bens e a criação do Banco Nacional de Facções Criminosas, fortalecendo a inteligência, integração e cooperação entre as polícias federal, estaduais e municipais”.
Mais declarações de parlamentares
Deputado Luiz Couto (PT-PB) – “Houve avanço no debate sobre o projeto de lei Antifacção Criminosa. O novo parecer do relator retirou pontos que fragilizavam a atuação da Polícia Federal no enfrentamento ao crime organizado. Estamos firmes com o governo Lula no combate ao crime e na segurança do povo brasileiro.”
Deputado Jilmar Tatto (PT-SP) – “Sob a batuta do governador de SP Tarcísio de Freitas, a base bolsonarista tentou descaracterizar o PL antifacções. Graças à péssima repercussão na opinião pública, acabou voltando atrás. O combate às facções se faz com inteligência e respeito à autonomia da Polícia Federal!”
Deputado Rogério Correia (PT-MG) – “O melhor é o presidente mudar o relator, ele tem vício de origem”, escreveu o parlamentar em referência ao deputado federal Guilherme Derrite (PL-SP), relator da proposta e ex-secretário de Segurança do governo do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Ouça o boletim da Rádio PT
Deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) – “É essencial fortalecer a Polícia Federal e garantir investigações integradas no combate ao crime organizado. O Brasil precisa de punições duras e respostas firmes do Estado. Concordo com o aumento das penas e com o endurecimento das leis, mas comparar facções criminosas ao terrorismo seria um erro. Essa medida traria prejuízos à economia, aumentaria o custo Brasil, afastaria investimentos, elevaria juros e poderia gerar sanções estrangeiras contra o país. O caminho é enfrentar o crime com inteligência, estratégia, integração e um sistema de segurança pública de ciclo completo com a mesma eficiência da polícia federal, mais forte e tecnológica.”
Deputada Maria do Rosário (PT-RS) – “Derrite e a direita tiveram que recuar! A sociedade enfrentou o absurdo de transformar o PL Antifacção do presidente Lula em um PL AntiPolícia Federal. Porém, o texto continua tendo problemas e a gente está de olho. Erro de Hugo Motta fazer disputa política indicando relator o secretário de Tarcísio.”
Também repercutiram o assunto a deputada Adriana Accorsi (PT-GO) e os deputados Patrus Ananias (PT-MG), Alencar Santana (PT-SP), Odair Cunha (PT-MG) e Bohn Gass (PT-RS).
