Posse de Lewandowski é marcada por críticas à Barbosa
Ministro Marco Aurélio Mello aproveitou seu discurso, em nome dos demais membros, para criticar o modo autoritário e intolerante do presidente anterior
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O novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) tomou posse nesta quarta-feira (10). O ministro Ricardo Lewandowski irá presidir a Corte nos próximos dois anos. Assumiu a vice-presidência a ministra Cármen Lúcia.
Lewandowski ocupava a cadeira interinamente desde 31 de julho, quando foi publicada a aposentadoria de Barbosa. A cerimônia foi marcada por elogios à Lewandowski e críticas indiretas ao ex-presidente, Joaquim Barbosa.
O ministro Marco Aurélio Mello falou em nome dos demais ministros e defendeu a pluralidade de pensamentos na Corte e a importância do diálogo constante para aperfeiçoar a democracia. “Deve imperar o diálogo construtivo entre todos os membros, sob pena de dar-se exemplo negativo de intolerância e autoritarismo”, disse.
Houve também espaço para críticas veladas à gestão de Barbosa. “O modo como o presidente se relaciona com os demais ministros tem impacto na atuação do Tribunal, pauta a dinâmica dos trabalhos, influencia a qualidade das deliberações”, afirmou.
“A forma como dirige os trabalhos em plenário revela o nível de maturidade alcançado”, disse. Marco Aurélio, que teve diversos embates, inclusive em público, com Barbosa, falou ainda sobre “cordialidade no trato pessoal” para oferecer tranquilidade e segurança para desenvolvimento dos trabalhos.
Em seu discurso, Lewandowski ressaltou a importância de manter a harmonia entre os Poderes e defendeu melhorias contínuas no Judiciário. Para ele é necessário trabalhar por mais eficiência no atendimento à população. “Nós também temos um sonho: o sonho de ver um Judiciário forte, unido e prestigiado, que possa ocupar o lugar que merece no cenário social e político deste País”, afirmou.
A presidenta Dilma Rousseff participou da cerimônia como representante do Poder Executivo, ao lado do presidente do Senado, Renan Calheiros e da Câmara, Henrique Alves.
Por Flávia Umpierre, da Agência PT de Notícias