Presidente da SinoVac cobrou fim dos ataques oficiais à China
Segundo o Globo, o presidente da SinoVac sugeriu a mudança de comportamento do governo brasileiro para facilitar as relações entre a empresa e o laboratório Butantan
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Em maio deste ano, a farmacêutica privada chinesa SinoVac cobrou uma mudança de posicionamento do governo para garantir o envio de insumos ao Instituto Butantan para a produção da vacina CoronaVac. A informação é do jornal Globo, publicada nesta quarta-feira (9), com base em documento sigiloso do Itamaraty enviado à CPI da Covid.
No documento, o presidente da SinoVac sugere a mudança de comportamento do governo brasileiro para facilitar as relações entre a empresa e o laboratório Butantan. Para o executivo chinês, de acordo com o ofício, o apoio da Chancelaria à cooperação com o Brasil, poderia ser útil para que o acordo entre as empresas fosse visto como uma demanda do governo brasileiro.
Em diversas oportunidades, o presidente Bolsonaro, o ministro da economia Paulo Guedes e o ex-ministro das Relações Exteriores acusaram o país pela disseminação do vírus e criticaram a vacina chinesa. Além de irresponsável do ponto de vista diplomático e comercial, as manifestações sabotam a relação com o principal fornecedor de vacinas e insumos do do Brasil.
Até hoje, o total de vacinas prontas e IFA fornecidos pela empresas chinesas ao Instituto Butantan e Fiocruz totalizam 49,1 milhões e 59 milhões de doses respectivamente, respondendo por +95% das doses já aplicadas no Brasil.
— Yang Wanming (@WanmingYang) June 8, 2021
Segundo o Globo, o ofício reproduz uma carta enviada pela Embaixada do Brasil em Pequim ao Ministério das Relações Exteriores (MRE) com o relato de uma reunião ocorrida em 19 de maio na capital chinesa entre diplomatas e representantes brasileiros com o presidente da SinoVac, Weidong Yan.
O executivo chinês, segundo o ofício, sugeriu que o Brasil enviasse uma correspondência, “no nível político”, para expressar a expectativa sobre a quantidade de insumos e o cronograma de suprimento de vacinas. De acordo com o oficio, o executivo deu a entender que isso poderia ajudar a empresa em suas conversações com o Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China.
Da Redação, com o jornal Globo